Publicado em 2 de agosto de 2019 às 00:58
A nova queda da taxa básica de juros de 6,5% para 6% ao ano, anunciada pelo Banco Central na quarta-feira e que levou a Selic para seu menor patamar, traz muitos impactos para a economia. Para além da redução no custo do crédito, a mudança tem um impacto direto também para quem possui investimentos e aplicações no mercado financeiro.>
A nova Selic traz alterações na rentabilidade de alguns ativos, sobretudo os de renda fixa, já que muitos deles têm os ganhos atrelados à taxa de juros. Com isso, a rentabilidade será encolhida na maioria dos casos, igualando produtos disponíveis no mercado e recolocando a caderneta de poupança como uma opção atraente para o aplicador que não quer correr risco.>
Esse tipo de investimento é o mais comum entre os brasileiros. São aqueles de risco baixo como poupança, CDBs, fundos e títulos do Tesouro por exemplo, eles sofrerão mais com a redução da Selic, destaca Pedro Lang, economista e chefe da mesa de renda variável da Valor Investimentos.>
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De acordo com o especialista, o investidor que quiser manter a lucratividade vai precisar adaptar sua maneira de investir de maneira gradual. Aquele que tem perfil mais moderado e quiser o mesmo nível de rentabilidade da carteira de aplicações vai ter que cada vez mais buscar alguns investimentos de risco maior, mas sem esquecer de fazer isso de modo seguro e respeitando o perfil de cada um, afirma.>
Para quem tem perfil mais conservador e não está disposto a correr os riscos do mercado de renda variável, como ações, a dica é dar preferência aos títulos de renda fixa prefixados ou corrigidos pela inflação para compensar a tendência de novas quedas dos juros no futuro.>
Renda variável>
Se por um lado algumas aplicações perdem força, por outro a nova taxa de juros vai reforçar a atratividade de investimentos de renda variável, considerados de maior risco. Entre eles, o com maior potencial é a Bolsa de Valores.>
O mercado de ações já está sendo muito próspero esse ano, essa redução dos juros vem para complementar e se torna um fator ainda mais positivo para quem investe nesse tipo de modalidade, completa.>
Segundo especialistas, o caminho para o pequeno investidor é diversificar as aplicações, com a compra direta de ações na Bolsa ou por meio de fundos de ações e multimercados. Isso mantendo alguma parte em renda fixa, por segurança.>
Em um cenário de queda de juros, o mais importante é ter uma carteira de investimentos diversificada e aproveitar o que cada um pode oferecer de melhor. Como diz o ditado popular, não se pode colocar todos os ovos na mesma cesta, afirmou Renan Lima, sócio da Alphamar Investimentos.>
Ainda na avaliação de Renan Lima, dentro dessas possibilidades uma das melhores alternativas são os fundos multimercados, que agregam vários tipos de investimento ao mesmo tempo e ainda tem a opção de mudar as aplicações de acordo com o cenário econômico.>
Como ficam os investimentos>
RENDA FIXA>
Caderneta de poupança>
A poupança, que rendia 0,3715% ao mês ou 4,55% ao ano, passará a trazer retorno de 4,2% ao ano, segundo cálculos de economistas, superando assim boa parte dos fundos de renda fixa comercializados pelo mercado e recolocando a caderneta como opção para quem não quer correr nenhum risco.>
Títulos públicos>
O investidor mais conservador ainda pode encontrar oportunidades em títulos públicos mais rentáveis que os atrelados à Selic, como os prefixados (Tesouro prefixado) ou indexados à inflação (Tesouro IPCA, antiga NTN-B). Já os pós-fixados, como o Tesouro Selic e os fundos DI, apesar de renderem menos, servem como uma reserva de emergência, uma vez que em geral possuem liquidez diária.>
Debêntures>
O aplicador mais conservador ainda pode encontrar oportunidades em títulos públicos mais rentáveis que os atrelados à Selic, como os prefixados (Tesouro prefixado) ou indexados à inflação (Tesouro IPCA, antiga NTN-B). Já os pós-fixados, como o Tesouro Selic e os fundos DI, apesar de renderem menos, servem para ser uma reserva de emergência, uma vez que em geral possuem liquidez diária.>
RENDA VARIÁVEL>
Fundos imobiliários>
Também isentos de IR, são considerados, para quem nunca investiu em renda variável, um primeiro passo para investir em ações, gerando rendimentos mensais a títulos de aluguel.>
Fundos de ações ou multimercados>
O investidor que não conhece bem o funcionamento da Bolsa deve começar suas aplicações por meio de um fundo de ações, que possui um gestor que monta a carteira. Há ainda os fundos multimercados, com maior flexibilidade por poder investir em vários produtos ao mesmo tempo.>
Ações em Bolsa>
A Bolsa ganha ainda mais atratividade com a queda da rentabilidade de outras ações. Em função das boas perspectivas para a economia, como a aprovação da reforma da Previdência, o Ibovespa tende a subir mais, o que aumenta o valor de quase todas as empresas. A partir de R$ 1 mil já é possível iniciar uma carteira. Ações de bancos, empresas varejistas e de infraestrutura são as principais recomendações.>
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