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Dia do trabalhador: simpatia e bom humor para se destacar

Dia do trabalhador: simpatia e bom humor para se destacar

"Autoestima faz toda a diferença na hora de desempenhar as atividades", afirma diretora-executiva da ABRH-ES

Publicado em 1 de maio de 2019 às 01:50

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Marcelo Siqueira da Costa ajudante de motorista. (Vitor Jubini)

Solange é responsável pela limpeza dos banheiros e da praça de alimentação de um shopping na Grande Vitória. Nos corredores do mesmo centro de compras, Jeová observa atentamente toda a movimentação dos visitantes. Já Marcelo trabalhou por dez anos como coletor em um caminhão de lixo e hoje se dedica a separar todo o material que chega das ruas, enquanto que Jéferson mantém o pátio limpo e o bem-estar dos alunos, que já viraram grandes amigos.

Todos trabalham em lugares de grande movimentação e poderiam passar despercebidos em meio à multidão e à correria diária. Mas quem cruza com eles pelo caminho não consegue ficar indiferente a tamanha simpatia e bom humor. Na data em que se comemora o Dia do Trabalhador, esses profissionais, conscientes do importante papel que desempenham, contam como usam a alegria para combater resquícios de preconceito no mercado de trabalho.

Segundo a diretora-executiva de Congresso da Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional Espírito Santo (ABRH-ES) Alessandra Zanotti, o mercado de trabalho passa por transformações, e as empresas têm um papel fundamental na hora de ressaltar a importância dos trabalhadores.

“Autoestima faz toda a diferença na hora de desempenhar as atividades. Os profissionais precisam se conhecer e entender suas potencialidades. Tudo evolui, inclusive o mercado de trabalho. Há alguns anos, por exemplo, o coletor de lixo era chamado de lixeiro, o que afetava a imagem do profissional. Mas a função hoje mudou de nome como forma de valorizar essa atividade tão importante para todos”, comenta.

Marcelo Siqueira da Costa, 33 anos, trabalhou por dez anos como coletor no caminhão do lixo em três cidades da Grande Vitória. “Sempre fui recebido com muito respeito por onde passava, principalmente pelas crianças. A única coisa que me deixa triste é a falta de consciência das pessoas, que ainda fazem o descarte de vidros de forma incorreta. Me cortei várias vezes”, comenta ele, que ficou mais conhecido como Gari Bolt, por ter como hobby a prática da corrida. O apelido faz referência ao ex-velocista jamaicano Usain Bolt.

Hoje, Marcelo ocupa a posição de ajudante de motorista na Marca Ambiental e separa o que é reciclável ou não. “Há alguns meses, mudei o horário para que a jornada de trabalho não atrapalhasse a rotina dos treinos. Sempre levantei para trabalhar com muita felicidade e sorriso no rosto. Para mim, é uma grande satisfação trabalhar em prol do meio ambiente”, afirma.

A auxiliar de serviços gerais Solange Figueiredo, 35 anos, chega para trabalhar bem cedinho, às 6 horas. Ela é responsável pela limpeza dos banheiros do Shopping Moxuara, em Cariacica, e de recolher as bandejas usadas pelos consumidores na praça de alimentação.

“Estou sempre sorrindo e faço amizade fácil, até com os clientes. Todos me conhecem. Acredito no meu trabalho porque faço tudo com muito capricho e bom humor”, comenta Solange.

No mesmo shopping, o segurança Jeová de Oliveira Batista, 34 anos, percorre os corredores com simpatia e educação, mas às vezes é necessário fazer abordagens com bastante habilidade.

“Nessa profissão, convivemos com muitas pessoas, há quem peça informações dando um bom dia, por exemplo, e outras não. Mas procuro não levar nada para o lado pessoal. O meu trabalho é ver todos bem, para que possam ir para suas casas melhores do que chegaram”, destaca.

Cordiais e, ao mesmo tempo, descontraídos, o auxiliar de serviços gerais da Faesa Jéferson Lopes, 59 anos, e a porteira de um condomínio em Vitória Sheila Predeira, 37 anos, também são reconhecidos não só pelo serviço prestado, mas também pela alegria de trabalhar. “É muito gratificante saber que estou fazendo um bom trabalho”, diz Sheila.

DEPOIMENTOS

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Amo meu trabalho que não tem rotina

Jeová de Oliveira Batista, segurança
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“Trabalhar como segurança exige muita habilidade, pois precisamos remediar eventuais problemas. Nesta profissão, tenho contato com muitas pessoas e procuro ser o mais educado possível, principalmente nas situações em que precisamos abordar as pessoas. Mesmo que um cliente não fale comigo, ele me vê, sabe que estou ali para ajudar. Amo meu trabalho, que não tem rotina. Tenho muita alegria de viver, de fazer amizades e desempenhar o meu trabalho da melhor maneira possível. Minha maior satisfação é fazer como que todos saiam melhores do que quando chegaram no centro de compras.”

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O reconhecimento pelo trabalho é gratificante

Sheila Barbosa Bravin Pereira, porteira
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“Sempre trabalhei com comércio e há cinco anos precisei sair do emprego para cuidar das minhas filhas. Foi então que fiz um curso de portaria, porque meu marido já trabalhava na área. Trabalho em um prédio residencial e os condôminos são sempre muito gentis e educados. O reconhecimento pelo meu trabalho é muito gratificante. Quando há alguma incompreensão por parte de um visitante ou prestador de serviço, conduzo com tranquilidade. Não é porque uma pessoa me tratou mal que vou tratá-la mal. Também não levo meus problemas para o trabalho, do mesmo jeito que não levo para casa. Sempre fui brincalhona, gosto de conversar e estou feliz por ter um trabalho.”

(Ricardo Medeiros)
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Tenho confiança da chefia, pois trabalho com capricho

Solange Gonçalves Figueiredo, auxiliar de serviços gerais
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“Meu dia de trabalho é maravilhoso e começa às 6 horas. Chego no shopping, limpo os banheiros, depois vou para a praça de alimentação recolher as bandejas que foram deixadas pelos consumidores e ainda confiro se o mall está limpo. Tenho facilidade em fazer amizade, trato todos bem, faço questão de sempre ter um sorriso no rosto. Todos estão acostumados comigo, até mesmo os clientes. Com alguns deles já sou amiga. Nunca sofri preconceito e, mesmo que tivesse, não dou bola. Trato todos bem e sei que tenho a confiança da chefia porque faço tudo com muito capricho. No trabalho e nas minhas horas de lazer, sou a mesma pessoa.”

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Tenho muito orgulho da minha profissão

Jéferson Martins Lopes, auxiliar de serviços gerais
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“No Natal de 2017, brinquei que a faculdade não precisava contratar Papai Noel, que eu mesmo seria. No ano passado, recebi o convite com muita emoção, pois pude ver o rostinho feliz das crianças. A experiência foi maravilhosa. Tenho muito orgulho da minha profissão e procuro ser educado com todos. Trato todos bem, estou sempre sorrindo e conversando com os alunos. Além de uma relação maravilhosa com eles, também sou bastante respeitado pelos donos e gestores da instituição. Tenho uma felicidade enorme ao acordar de manhã, fazer o meu trabalho e perceber que dei o melhor de mim.”

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