Publicado em 14 de outubro de 2021 às 18:09
O Ibovespa voltou a se descolar do exterior nesta quinta-feira (14), desta vez em direção contrária à de quarta-feira, quando havia conseguido sustentar bons ganhos mesmo nos momentos de maior cautela em Nova York. Nesta quinta, a referência da B3 perdeu a carona proporcionada por altas superiores a 1,5% em NY, impulsionadas por abertura positiva da temporada de balanços nos Estados Unidos. Depois dos números do JPMorgan na quarta, nesta quinta foi a vez de nomes como Bank of America, Wells Fargo, Citi e UnitedHealth. >
Aqui, leitura ambivalente sobre aprovação de projeto na Câmara referente ao ICMS de combustíveis contribuiu para que os investidores modulassem o apetite por risco observado na quarta na B3, e nem mesmo a sinalização do governo de que Petrobras pode ser objeto de privatização teve força para animar o mercado Ao final, a ON da estatal mostrava perda de 0,17%, enquanto a PN subia apenas 0,17%, em dia de avanço para os preços da commodity, com o Brent a US$ 84 por barril.>
O mercado tomou com uma boa pitada de sal a retórica do governo sobre privatização da Petrobras, o que em outras quadras talvez tivesse chegado a estimular o desempenho de suas ações - segundo afirmou na quarta à noite o ministro Paulo Guedes, em Washington, melhor agora do que daqui a 30 anos quando as petrolíferas vierem a valer menos com a transição energética, sugeriu o titular da Economia. "Vou ver com a equipe econômica o que se pode fazer", afirmou nesta quinta o presidente Jair Bolsonaro.>
Em outro desdobramento com potencial para fazer preço na B3, o dia acabou também não sendo favorecido pelo desempenho positivo do setor de serviços, em recuperação em agosto pelo quinto mês consecutivo, em alta de 0,50% na margem, embora em desaceleração quando comparado aos meses precedentes, agora 4,6% acima do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020, e com ganho de 11,5% em 2021 na comparação com o mesmo período do ano passado, observa Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos.>
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"Hoje, além desses dados importantes do IBGE, teve também os balanços americanos, principalmente dos grandes bancos, enquanto aqui no Brasil a temporada de anúncios do terceiro trimestre deve ganhar força a partir do dia 22", acrescenta Madruga.>
O índice da B3 ficou no negativo ao longo da maior parte da sessão, em baixa de 0,24%, a 113.185,48 pontos no fechamento, não conseguindo tocar a marca dos 114 mil no intradia, ao contrário do que havia sido visto na quarta e na última sexta-feira. No pico desta quinta, foi aos 113.881,35 pontos, saindo de abertura aos 113.456,59, com mínima a 112.707,50 pontos, renovada no fim da tarde. Na semana, ainda avança 0,31%, com ganho de 1,99% no mês - no ano, cede 4,90%. Nesta véspera de vencimento de opções sobre ações, o giro ficou em R$ 32,0 bilhões.>
A aprovação de projeto na Câmara disciplinando a incidência do ICMS em combustíveis, se por um lado pode ser positiva para o consumidor e mesmo para a Petrobras, por outro tende a ser combatida pelos Estados, por interferir na arrecadação de importante tributo. Em nota, a Terra Investimentos aponta que os governadores estimam perda de R$ 24 bilhões com a proposta, pela qual a "alíquota do ICMS seria fixada ao longo de 12 meses" e não poderá "exceder, em reais por litro, o valor da média dos preços ao consumidor final praticados no mercado nos dois últimos anos".>
"A Bolsa permaneceu hoje em um cenário de incerteza, operando no positivo por duas vezes ao longo do dia, mas também chegando a ampliar perdas à tarde, neste cenário aqui do Brasil de inflação elevada e muito acima do teto da meta. A perspectiva de alta de juros é negativa para a Bolsa, e o dólar tem se recuperado desde o exterior, com dados mais favoráveis sobre a economia americana, como os pedidos semanais de auxílio-desemprego na leitura desta quinta-feira, abaixo do esperado", diz Davi Lelis, sócio da Valor Investimentos, acrescentando que a volatilidade deve continuar pautando os negócios na B3, daqui ao fim do ano.>
Na ponta do Ibovespa nesta quinta-feira, destaque para Banco Inter (Unit +5,17%, PN +5,53%), PetroRio (+4,45%) e Banco Pan (+4,41%). Na face oposta, Méliuz (-4,97%), Eztec (-2,83%) e BRF (-2,80%). Entre os grandes bancos, as perdas do dia ficaram entre 0,5% e 0,9%, à exceção de Santander (Unit +0,56%). Vale ON fechou estável, sem variação, em dia de fechamento misto para o setor de siderurgia, com CSN ON (-1,42%) e Usiminas PNA (-0,12%) no negativo e Gerdau (PN +1,92%, Metalúrgica +0,95%) no positivo>
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