Publicado em 10 de maio de 2019 às 22:56
O capixaba está apostando na geração de energia solar para fugir dos aumentos da conta de luz. O número de novas instalações de painéis fotovoltaicos no Espírito Santo aumentou 159,67% em 2018 na comparação com 2017.>
O Estado tem atualmente 1.707 unidades produtoras de energia solar. De acordo com os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2018, 644 unidades realizaram a implementação do sistema de energia sustentável, enquanto no ano anterior foram apenas 248.>
Ainda segundo a Aneel, de janeiro até ontem, foram realizadas 403 novas instalações de painéis fotovoltaicos no Estado. O número já é o segundo maior desde 2013, ano em que os aparelhos começaram a ser implantados no Espírito Santo, e só perde para 2018.>
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Em todo o Estado são gerados 13.560,94 kW de energia fotovoltaica. Apesar de ainda modesto, o valor é bem superior aos 2.760,92 kW de capacidade que o Espírito Santo tinha até o final de 2017.>
O cenário capixaba não é muito diferente do apresentado no restante do país. Em 2015, o país tinha 1.852 painéis de energia solar instaladas. Neste ano, já soma 75.267.>
Dos 78 município capixabas, 68 têm instalações fotovoltaicas. Colatina, na Região Centro-oeste do Estado, é o que concentra o maior contingente, um total de 354. Este número representa 20,74% do total de aparelhos. Em seguida está Serra (11,83%), Vitória (10,66%), Cachoeiro de Itapemirim (10,02%) e Vila Velha (7,32%).>
No caso de Colatina, as placas se encontram principalmente em três bairros: Vicente Suela, Ayrton Sena e São Miguel/Morada do Sol. Em 2016, a Empresa Luz e Força Santa Maria (ELFSM), que atende 11 municípios do Estado, implementou os painéis em aproximadamente 250 unidades habitacionais do Programa Minha Casa Minha Vida. A ação, segundo o engenheiro eletricista Renato Zampiroli de Medeiros, fez parte do Programa de Eficiência Energética da Aneel.>
Unidades com painéis fotovoltaicos por município>
INVESTIMENTO>
A aposta em energia solar no Estado está sendo feita principalmente pelas famílias. Dentre os imóveis com instalação de painéis, 77,50% são residências, 13,83% comerciais, 4,45% rurais, 3,34% industriais e 0,88% poder público.>
Entre os motivos para isso está o aumento no valor da fatura de energia. Para se ter ideia, segundo dados da Aneel, a conta média de uma família, na Grande Vitória, em 2010 era de R$ 328,90. Neste ano ela está em R$ 562,30, uma alta de 70,96% em nove anos.>
Apesar de ser uma ótima maneira de economizar, é preciso lembrar que este ainda é um sistema para ter retorno a médio prazo.>
De acordo com um levantamento do Portal Solar, publicado ontem pelo O Globo, em média, no Estado, se demora 3,41 anos para recuperar o valor investido no projeto. Ainda segundo o estudo, o preço dos equipamentos para gerar energia custa a partir de R$ 10 mil.>
Segundo o especialista na área de energia Carlos Sena, esse tipo de investimento vale a pena, principalmente para famílias de classe média que pagam entre R$ 500 e R$ 600 de energia por mês. "Os sistemas têm vários preços e vai depender muito da necessidade e modelo escolhido", comenta.>
Para realizar a instalação dos painéis é preciso primeiro comunicar a empresa concessionária de energia. "O projeto vai ser entregue pelo cliente e a concessionária vai aprovar o pedido. Depois de instalado, a empresa confere se está como igual ao projeto e substitui o relógio medidor tradicional por um que contabiliza créditos de energia", explica Segundo Renato Zampiroli de Medeiros.>
Segundo o gerente da EDP Grid, Leonardo Sbordoni, toda a energia excedente produzida fica como um crédito para o consumidor utilizar em um período de até 60 meses.>
"Ele só precisará pagar para a distribuidora um taxa mensal de disponibilidade, que varia de acordo com a potência de energia consumida. Ela custa cerca de R$ 30.">
COMO FUNCIONAM OS PAINÉIS SOLARES>
CAPITAÇÃO>
A irradiação solar é captada ao longo do dia pelos módulos das placas fotovoltaicas instaladas e transformada em energia elétrica.>
TRANSMISSÃO>
Um inversor instalado no painel solar transforma a energia de corrente contínua para corrente alternada. Com isso, a energia gerada pode ser consumida no local onde as placas foram instaladas.>
USO >
Os fios de transmissão dessa energia estão conectados ao quadro de disjuntores do imóvel para ser utilizado na iluminação e no funcionamento dos aparelho, por exemplo.>
EXCEDENTE >
O que for gerado, mas não for consumido, vai para a rede da concessionária gerando créditos de kWh.>
QUANDO NÃO HÁ CAPTAÇÃO>
À noite ou em dias chuvosos, quando não há geração de energia pelo painel, a rede fornece a eletricidade para ser usada no imóvel.>
SALDO >
No final do mês a companhia subtrai o que você consumiu daquilo que produziu. Se sobrar crédito, ele fica acumulado e poderá ser utilizado em até 60 meses. Mas, se faltar, você paga pelo que foi utilizado além da produção, ou abate do crédito gerado nos meses anteriores.>
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