Publicado em 13 de dezembro de 2021 às 07:48
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse neste domingo (12) que há resistência na Casa em relação a duas mudanças feitas pelo Senado na votação da PEC (proposta de emenda à Constituição) dos Precatórios, que viabiliza o pagamento do Auxílio Brasil no valor mínimo de R$ 400.>
Para aprovar o projeto no Senado, o governo recuou e aceitou que o limite para o pagamento de precatórios - dívidas da União já reconhecidas pela Justiça - tenha validade até 2026, e não até 2036 como previa a versão anterior.>
Segundo Lira, a Câmara vê essa mudança com preocupação.>
A PEC deve ser votada no plenário da Casa nesta terça-feira (14) e depois ainda precisa passar por nova análise do Senado. O governo quer concluir a aprovação da proposta ainda nesta semana.>
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O outro ponto de divergência na Câmara é o artigo que prevê um calendário para a quitação dos precatórios ao longo do ano.>
A PEC dos Precatórios é hoje a principal pauta de interesse do presidente Jair Bolsonaro no Congresso. O objetivo é autorizar o governo a gastar mais e viabilizar a promessa de elevar o valor do Auxílio Brasil numa tentativa de dar impulso a Bolsonaro na campanha à reeleição em 2022.>
Para ampliar em cerca de R$ 106 bilhões as despesas do próximo ano, a PEC tem dois pilares.>
Uma medida permite um drible no teto de gastos, fazendo um novo cálculo retroativo desse limite. A outra medida cria um valor máximo para o pagamento dos precatórios - as dívidas que não entrarem nessa lista serão adiadas e quitadas em anos posteriores.>
Senadores temem que a criação de um teto de pagamento de precatórios vire uma "bola de neve" e a União passe a acumular uma dívida muito grande no futuro. Por isso, pediram para diminuir o prazo dessa medida em dez anos.>
As possíveis alterações citadas por Lirna na versão da PEC aprovada pelo Senado não alteram os efeitos da proposta no Orçamento de 2022.>
De acordo com Lira, a Câmara tende a aceitar a emenda do Senado para deixar claro que o aumento de gastos em 2022, a partir da aprovação da PEC, será vinculado a despesas obrigatórias, à área social e à prorrogação da desoneração da folha de pagamentos.>
Parte da PEC dos precatórios já foi promulgadas e, portanto, já passou a valer o pilar que altera o teto de gastos.>
O Congresso ainda precisa concluir a votação sobre o limite de pagamento de precatório. Lira sinalizou que isso será finalizado nesta semana.>
"Precisamos aprovar o subteto [de precatórios] para formar todo o alargamento de R$ 106 bilhões [em despesas] para 2022", afirmou o presidente da Câmara, em entrevista à Globonews.>
Questionado sobre as emendas de relator, que são usadas em negociações políticas no Congresso, Lira disse acreditar que o plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) irá manter a decisão da ministra Rosa Weber que liberou o pagamento desses recursos.>
O STF chegou a suspender o uso dessas emendas, mas, após uma operação montada pelo Palácio do Planalto e cúpula do Congresso, a corte recuou. No entanto, permanece a decisão de dar publicidade à lista de quem fez indicações para essas emendas,>
Emenda é a forma que um deputado e senador pode destinar recursos públicos para obras e projetos em seu reduto eleitoral.>
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