Publicado em 3 de julho de 2019 às 10:39
O Brasil decidiu se antecipar ao Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) e abrir uma frente de diálogo com o Reino Unido. Oficialmente, os britânicos estão incluídos no acerto finalizado entre Mercosul e União Europeia na semana passada em Bruxelas. Mas, diante das discussões para a saída do Reino Unido do bloco, o Brasil começou a costurar as bases do que pode ser um futuro novo acordo.>
No início do mês, empresários britânicos vieram ao Brasil para conversar com o chanceler Ernesto Araújo, no Itamaraty, e com representantes do Instituto Brasil 200, que recebeu aval do governo para coordenar um grupo de estudos sobre o assunto de maneira informal. Há previsão de um novo encontro entre eles em Londres, ainda sem data definida.>
Para o presidente do Brasil 200, Gabriel Kanner, a conclusão do acordo Mercosul-UE foi uma "ótima notícia" porque os termos do acordo com o Reino Unido serão "semelhantes". "Sem dúvida eles (Reino Unido) estão pressionados para fechar o acordo conosco.">
Com a iminente saída do bloco, adiada para 31 de outubro, o Reino Unido perderá os benefícios do tratado com o Mercosul e de outros acordos que o bloco europeu firmou nos últimos anos, como com o Japão.>
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Um dos integrantes da iniciativa, o economista Isaías Coelho afirma que o trabalho do grupo ainda é preliminar. O intuito é fazer um "mapeamento de intenções e boa vontade" para "verificar se há convergência e se o terreno é fértil".>
Qualquer negociação para um acordo de livre-comércio, porém, só avançará com a entrada de Argentina, Paraguai e Uruguai nas discussões. Por causa do acordo com o Mercosul, o Brasil só está autorizado a negociar acordos que envolvam tarifas em conjunto com os outros parceiros do bloco.>
Hoje, o Mercosul toca quatro negociações de forma avançada: com o Canadá, com os países europeus do EFTA (formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein), com Cingapura e com a Coreia do Sul.>
A expectativa do governo brasileiro é que seja possível concluir no segundo semestre ao menos duas dessas tratativas, afirmou ontem o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo.>
Segundo ele, a conclusão do acordo com os europeus, aumentou o interesse ainda do Japão para firmar um tratado com o bloco sul-americano.>
Já com a China, Araújo esclareceu que não há intenção de se avançar, por ora, num acordo comercial amplo.>
"Cada país do Mercosul tem uma estratégia. Estamos tentando ações pontuais para abrir novos mercados interessantes ao Brasil, sobretudo na parte agrícola, de atração de tecnologia e investimentos", disse.>
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