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Avianca teve prejuízo de R$ 188 milhões no terceiro trimestre de 2018

Avianca teve prejuízo de R$ 188 milhões no terceiro trimestre de 2018

Empresa havia obtido lucro de R$ 105 milhões no mesmo período de 2017, mostram os números enviados à Anac

Publicado em 21 de janeiro de 2019 às 20:07

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Avianca entrou com pedido de recuperação judicial após crescentes prejuízos e atrasos em pagamentos de arrendamento de aeronaves. (Reprodução/TV Globo)

Em recuperação judicial desde dezembro passado, a Avianca teve um prejuízo de R$ 188 milhões no terceiro trimestre de 2018, segundo informações da empresa repassadas à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No mesmo período de 2017, a companhia havia obtido lucro de R$ 105 milhões. De acordo com as informações que constam nas demonstrações contábeis da empresa, o prejuízo foi causado por perdas em operações internacionais e alta do câmbio, impactando no preço do querosene e outras despesas atreladas ao dólar. Quarta maior companhia aérea do país, a Avianca entrou com pedido de recuperação judicial após crescentes prejuízos e atrasos em pagamentos de arrendamento de aeronaves.

A Avianca explicou na demonstração contábil que apurou resultado positivo nas operações domésticas e prejuízo nas operações internacionais decorrentes das novas rotas que se iniciaram no final de 2017, como Miami, Santiago e Nova York, além das novas rotas à Bogotá partindo de Salvador e Recife. Na semana passada, a companhia informou que vai suspender os voos para Miami, Nova York e Santiago a partir do próximo mês de março, menos de dois anos após ter iniciado esses voos.

Segundo a companhia, os novos voos internacionais impactaram a empresa principalmente pelos custos pré-operacionais e baixo load factor, que significa baixa utilização de assentos da aeronave. Já as operações domésticas da companhia se mantiveram em linha com o planejamento financeiro, informou a companhia ao final do terceiro trimestre.

"A companhia vem cumprindo a expectativa de aumento nas receitas, entretanto, ainda não foi suficiente para produzir resultados positivos em decorrência de mudanças relevantes no mercado, resultantes de aumento de custo no preço do combustível e, principalmente, variação cambial, que além de influenciar no preço do barril de petróleo, traz grandes impactos nas despesas com os arrendamentos operacionais das aeronaves".

"No quarto trimestre, os números podem ter melhorado um pouco, já que o dólar recuou depois das eleições presidenciais. Mas no geral, a situação financeira da empresa não mudou e a Avianca acabou entrando em recuperação judicial", disse um analista do setor de aviação, que prefere não se identificar.

De acordo com a Anac, o preço do combustível ficou 55% maior que no mesmo período do ano anterior. O câmbio também subiu 25% no período, na comparação com o início do ano, com forte influência nos custos de combustível, arrendamento, manutenção e seguro de aeronaves, que, em conjunto, representam cerca de 50% das despesas dos serviços aéreos, segundo informações da Anac.

Em 30 de setembro do ano passado, a Avianca possuía 59 aeronaves arrendadas. Em 30 de setembro de 2018, os custos dos contratos de arrendamento das aeronaves e motores totalizaram R$ 700,9 milhões frente aos R$ 477,637 milhões em setembro de 2017. Atualmente, a empresa opera com 50 aeronaves, já que devolveu nove desde então.

Na semana passada, as empresas que arrendam aviões para a Avianca resolveram dar mais um fôlego para a companhia aérea e solicitaram a suspensão dos pedidos de cancelamento do registro de mais dez aeronaves que estão sendo alugadas pela Avianca Brasil. O cancelamento do registro das aeronaves havia sido pedido à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na terça-feira, dia 15 de janeiro, pela arrendatária de aeronaves GE Capital Aviation Service, que reclama a falta pagamento dos aluguéis das aeronaves desde que a companhia aérea entrou em recuperação judicial, em 6 de dezembro.

Em reunião com advogados da companhia aérea no dia 14 de janeiro, representantes das arrendatárias de 35 das 50 aeronaves da frota da Avianca se comprometeram a dar 15 dias para a companhia aérea encontrar um plano para pagar os aluguéis atrasados. A reunião está prevista para 1º de fevereiro.

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