Publicado em 16 de março de 2018 às 13:43
O volume de serviços prestados teve um recuo de 1,9% em janeiro ante dezembro de 2017, na série com ajuste sazonal, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços, informou nesta sexta-feira (16) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês anterior, o dado foi revisado de um avanço de 1,3% para alta de 1,5%. Este foi o pior desempenho desde março do ano passado, quando houve recuo de 2,7%.>
O resultado de janeiro ante dezembro fora do intervalo é muito pior do que a mediana das estimativas do mercado financeiro, captadas pelo Projeções Broadcast. As previsões na série com ajuste sazonal variavam de recuo de 0,80% a crescimento de 1,00%. A mediana encontrada a partir de 15 expectativas ficou negativa em 0,30%.>
Na comparação com janeiro do ano anterior, houve redução de 1,3% em janeiro deste ano, já descontado o efeito da inflação. Também nessa base de comparação, o dado surpreendeu negativamente. O intervalo das 19 previsões captadas pelo Projeções Broadcast ia de declínio de 0,40% a incremento de 2,40%, com mediana de alta de 0,80%.>
A taxa acumulada pelo volume de serviços prestados no ano ficou negativa em também em 1,3%, enquanto o volume acumulado em 12 meses registrou perda de 2,7%.>
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Desde outubro de 2015, o órgão divulga índices de volume no âmbito da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Antes disso, o IBGE anunciava apenas os dados da receita bruta nominal, sem tirar a influência dos preços sobre o resultado. Por esse indicador, que continua a ser divulgado, a receita nominal caiu 2,3% em janeiro ante dezembro. Na comparação com janeiro do ano passado, houve alta na receita nominal de 1,2%.>
SETORES>
As quedas foram disseminadas entre as atividades pesquisadas na passagem de dezembro de 2017 para janeiro de 2018.>
Os serviços prestados às famílias recuaram 0,6% em janeiro ante dezembro; os serviços de informação e comunicação caíram 0,2%; serviços profissionais e administrativos encolheram 1,4%; e transportes e correio tiveram uma perda de 3,0%.>
"Foram os serviços de transportes que puxaram essa queda nos serviços em janeiro, porque recuaram 3,0%", apontou Rodrigo Lobo, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.>
O único segmento a escapar do vermelho foi o de outros serviços, que avançou 3,8% em janeiro ante dezembro. "Foram corretores e agentes de seguro e a atividade auxiliar dos serviços financeiros, que inclui operações de cartões de débito e caixas eletrônicos", exemplificou Lobo.>
O agregado especial das Atividades turísticas apresentou elevação de 0,3% na passagem de dezembro para janeiro, a terceira taxa positiva seguida, acumulando um ganho de 3,3% no período.>
NÍVEL>
O setor de serviços ainda opera 12,4% abaixo do pico de atividade registrado em novembro de 2014, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços. Ao mesmo tempo, o patamar atual está apenas 1,5% acima do ponto mais baixo da série, que foi alcançado em março de 2017.>
"Os serviços ainda estão muito mais próximos do ponto mais baixo do que do pico de operação", ressaltou Rodrigo Lobo. "Os serviços encolheram 11% nos três últimos anos, ensaiaram algum tipo de melhora, e agora há espalhamento dessas quedas. Os serviços caem em todos os tipos de comparação. Apesar da queda, os serviços não devolvem integralmente o ganho de 2,5% acumulado em novembro e dezembro do ano passado", completou.>
Segundo ele, a base de comparação mais elevada explica o ajuste nos serviços em janeiro. O volume tinha crescido 1,0% em novembro, seguido de nova alta de 1,5% em dezembro. "Observamos um maior número de fechamento de contratos em dezembro de 2017 de maneira espalhada entre as atividades", justificou o analista do IBGE.>
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