Publicado em 26 de abril de 2018 às 00:15
Para algumas famílias, não pode faltar na mesa o tradicional arroz e feijão. Para outras, o fundamental é a fartura de legumes. Independentemente das opções para as refeições, o consumidor do Estado está pagando mais barato nos preços de mais de 30 itens usados na alimentação.>
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, divulgado pelo IBGE, no acumulado do primeiro trimestre de 2018, banana-da-terra (-16,89), alho (-14,19) e salsicha (-9,29) tiveram as maiores taxas de deflação média em Vitória.>
Em um supermercado da Capital, a estudante Fernanda Pereira Norte, 37 anos, notou que o açúcar cristal está mais barato em relação ao início do ano. E a percepção aparece nos números. Segundo o IBGE, o produto teve redução média de 9,1% no preço, em Vitória.>
Os grãos e derivados, como óleo de soja (-5,46%), feijão-carioca (-8,27%), feijão-preto (-4,68), farinha de trigo (-2,83%) e arroz (-0,88%) também estão na lista de produtos com redução de preços no período.>
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Segundo Ricardo Paixão, presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon), um dos motivos para essa deflação são as supersafras de grãos que o país está tendo.>
De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), espera-se que a safra 2017/18 seja de 229,5 milhões de toneladas de grãos no Brasil, a segunda maior que o país já teve, perdendo apenas para a produção anterior (238,7 milhões de toneladas).>
Os produtos primários, como arroz e feijão, estão sujeitos a supersafras e efeitos climáticos. Quando estamos em um período sem grandes problemas de estiagem ou chuvas intensas no local da lavoura, ocorre o aumenta na oferta do produto, com uma produção maior e de mais qualidade. Com isso, os preços acabam ficando mais baixos, explicou Paixão.>
OUTROS FATORES>
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Acordos e restrições de exportação também acabam afetando o preço dos alimentos, segundo o economista Marcelo Loyola. Na última semana, por exemplo, a União Europeia proibiu que 20 frigoríficos brasileiros exportassem aves congeladas para a região.>
Há uma possibilidade do preço da carne de frango cair cerca de 10% no país. A tendência é que o produto no mercado interno tenha uma deflação a curto prazo, já que o que seria destinado ao mercado externo fique no país e o preço caia.>
O desemprego também interfere nos preços. De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad) Contínua, no quarto trimestre de 2017, o Estado tinha cerca de 244 mil desempregados e uma taxa de desocupação de 11,6%.>
Uma boa parte das pessoas que estão desempregadas também se encontram endividadas. Se elas estão com dívidas, freiam um pouco o seu consumo e procuram alternativas para substituir alguns itens no carrinho de compras, exemplificou o economista Mário Vasconcelos.>
A administradora Teresa Cristina, 68, conta que na hora de sair às compras a estratégia é buscar por preço e qualidade. Se os dois estiverem juntos, melhor ainda.>
Apesar de muitos itens terem sofrido deflação nos preços, os alimentos variaram 0,44%, em média, na Capital, como o tomate, que subiu 78,31% no 1º trimestre deste ano.>
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