Publicado em 13 de julho de 2019 às 01:55
O tema é inédito e ainda causa muita dúvida nos parlamentares e no próprio governo estadual. Mas é possível afirmar que 14 deputados estaduais já se mostram favoráveis a aprovar uma reforma da Previdência na Assembleia Legislativa. Somente uma deputada é contra a discussão. Treze deputados ainda não quiseram opinar, ou não definiram posição e somente dois não foram localizados para comentar o assunto.>
De acordo com a Constituição Estadual, a aprovação da matéria, que deverá ser enviada pelo governo estadual, precisa do voto favorável de, pelo menos, 18 deputados (o equivalente a 3/5 da Casa). Por ser um tema sensível e que mexe com as possíveis pretensões eleitorais dos deputados já que no ano que vem haverá eleições municipais - a discussão tende a ser difícil.>
Difícil, mas não impossível, tendo em vista que o governador Renato Casagrande (PSB) tem em sua base governista composta por 20 deputados. Somente a título de comparação, a proposta mais difícil enviada pelo governo neste ano (a alteração na forma de promoção dos Policiais Militares) foi aprovada com 19 votos a favor o suficiente para passar, também, a possível reforma da Previdência.>
Assim como tem acontecido na Câmara Federal, a reforma a ser feita na Assembleia Legislativa deverá passar pela Comissão de Constituição e Justiça. As emendas à proposta poderão ser feitas pelos deputados enquanto a matéria estiver tramitando nas comissões permanentes, ou em fase de discussão especial, segundo aponta o artigo 259 da Constituição Estadual. Será necessária a votação em dois turnos.>
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O procurador-geral do Estado, Rodrigo Francisco de Paula, informou que somente na quarta-feira (10) o grupo estadual de estudo sobre a Previdência fez a primeira reunião e abordou a possibilidade de realizar uma reforma por meio da Assembleia Legislativa.>
O grupo de estudos está formado desde o início do ano e vínhamos estudando os impactos da reforma aqui no Espírito Santo. Há dois dias (na quarta-feira) o foco mudou. O governador pediu dados e projeções para ter condições de elaborar um projeto, disse o procurador-geral completando que Casagrande ainda tenta a reinclusão de Estados e municípios quando a reforma for discutida no Senado.>
De fato, o governo não tem uma proposta pronta para ser enviada. A gente está diante de uma novidade e esse ineditismo traz incertezas. Ninguém sabe, ao certo, como vai ser feito, mas tenho certeza que o governador vai dar o encaminhamento político necessário ao tema, completou.>
ALÍQUOTA>
Uma das questões a ser definida pela reforma que deve ser discutida na Assembleia Legislativa é a alíquota cobrada no salário dos servidores.>
Conforme antecipou a colunista Beatriz Seixas, do Gazeta Online, o inciso 4º do artigo 9º do texto-base aprovado pelos deputados não permite que Estados e municípios tenham alíquotas inferiores a 14%, exceto se demonstrado que o respectivo regime próprio não tem déficit financeiro.>
Hoje, a alíquota cobrada é de 11% dos servidores. Já o Estado paga 22% de colaboração patronal. Numa primeira interpretação, a alíquota para os servidores deveria ser de 14%, mas não sabemos se o percentual que cabe ao Estado será aumentado, concluiu. (Com a colaboração de Geraldo Campos Jr, Maíra Mendonça e Siumara Gonçalves)>
ERICK MUSSO QUER UM AMPLO DEBATE>
O presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual Erick Musso (PRB), fala que é preciso haver um pacto pela reforma da Previdência no Estado, com um amplo debate envolvendo, além do Estado, os municípios. Ele é um dos que defende que o assunto seja discutido na Casa.>
Os 30 deputados estaduais, os dez federais, os três senadores, os 78 prefeitos e os 78 presidentes de Câmaras precisam todos encarar de frente o problema e entrar de cabeça nesse debate. É a única maneira de salvarmos a atual e as futuras gerações. Se não fizermos essa ampla discussão, há chances de o nosso Estado entrar em colapso, declarou.>
Outro que se mostrou a favor foi Sergio Majeski (PSB). A reforma precisa ser feita e acho que o ideal seria que isso fosse decidido no Congresso. Alguns Estados e municípios vão ter dificuldade em fazer reformas que sirvam para o médio e longo prazo, avaliou.>
A única a se mostrar contrária foi Iriny Lopes (PT). Eu sou contra todas os pontos aprovados. Enquanto houver possibilidade nós lutaremos contra essa reforma, resumiu.>
Grande parte dos deputados disse ainda não ter condições de dizer se é a favor, ou contra, a discussão do texto na Assembleia. É o caso, por exemplo, do deputado Hudson Leal (PRB) mesmo partido de Erick, que defende o tema. Falar sem um projeto na mão não dá. Prefiro esperar o projeto ser enviado à Assembleia para conhecer todos os pontos, disse Hudson.>
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