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'Farofeiros' economizam até R$ 200 por dia nas praias da Grande Vitória

'Farofeiros' economizam até R$ 200 por dia nas praias da Grande Vitória

Preço nos quiosques dividem os banhistas da Grande Vitória. Há quem ache abusivo e quem considere justo. Fizemos um levantamento dos produtos mais procurados do verão

Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 20:45

Banhistas lotam a Curva da Jurema, em Vitória, neste sábado (6) Crédito: Vitor Jubini

Tem quem tente esconder e leva lanchinhos discretos para economizar na praia, enquanto outros já assumem a alcunha de “farofeiro” e chegam causando na areia com seus isopores e bolsas térmicas. Independentemente do estilo, o importante é não deixar de aproveitar o verão por medo dos gastos. Mas quem leva comidas e bebidas de casa economiza até R$ 200 nas praias.

Percorremos 20 quiosques na Praia de Itaparica, em Vila Velha, e na Curva da Jurema, em Vitória, pesquisando os preços das principais escolhas dos turistas no verão: água, cerveja, coco, peroá, refrigerante e salgados.

No geral, os preços em Itaparica são mais baratos. Um cliente que compra, no mesmo dia, os seis itens desembolsaria, em média, R$ 69,33 na praia vila-velhense. Já na Curva da Jurema, o gasto chega a R$ 87,30.

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Apesar do preço médio maior em Vitória, o auxiliar de serviços gerais Robson Barbosa não abre mão de ir ao balneário curtir as folgas com a esposa, os filhos e os sobrinhos. Em uma turma de dois adultos e três crianças ele traz de tudo: chips, sanduíches, frutas, iogurte, refrigerante e cerveja. A economia, segundo ele, chega a R$ 200.

“Para um dia de praia, eu gasto no supermercado R$ 120, já contando com o gelo. Ponho tudo na bolsa térmica e no isopor e trago para a praia. Chego de manhã e fico até o sol ir embora. Se eu for deixar para comprar as coisas no quiosque, eu nem venho a praia, o bolso não aguenta. Comprando no mercado, eu consigo vir todo fim de semana”, conta.

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A aposentada Lúcia Helena Tavares, mora em Vitória e recebe todos os anos familiares de São Paulo em sua casa. O destino preferido é a Curva da Jurema, onde costumam gastar entre R$ 150 e R$ 200 nos quiosques. Para ela, o maior vilão nas praias é a porção de peroá, que muitas vezes é vendida a um preço abusivo.

“A gente compra na peixaria o peroá por R$ 8 o quilo e tem porção aqui na praia que é R$ 140, com dois peroás e acompanhamento. Eu acho muito abusivo. Prefiro fazer em casa, tanto o peroá como a moqueca, para não deixar o pessoal que é de fora ir para casa sem provar”, brinca.

De acordo com o levantamento, o preço do peroá é, de fato, o que mais eleva a média de Vitória, na comparação com os quiosques de Itaparica. Enquanto em Vila Velha, o peixe pode ser degustado por uma média de R$ 39,25, com preços que variam entre R$ 29 e R$ 45, na Curva da Jurema ele chega a R$ 71, com um preço médio de R$ 59,43.

Ainda assim, segundo quiosqueiros é o item preferido dos banhistas. “Por dia a gente chega a vender 10 porções de peroá e 10 porções de moqueca. São os carros-chefes da praia”, afirma o quiosqueiro David Dutra.

MAIS BARATO QUE OUTROS BALNEÁRIOS

A assistente de comércio exterior Lívia Guarnel diz que preço fora da Grande Vitória é mais caro Crédito: Reprodução/ DailyMotion

Já a assessora de Comércio Exterior Livia Guarnel, que costuma frequentar a Praia de Itaparica, os preços são razoáveis. Recém chegada da praia de Arraial D’Ajuda, em Porto Seguro, na Bahia, Lívia conta que em viagens para o litoral de outros estados, o preço nos quiosques é muito maior.

“Visitei a Bahia recentemente e vi que os preços aqui são bem mais em conta. Acho que é um preço razoável para todas as classes. Na média, a gente consome algo em torno de R$ 40 por pessoa, comprando um peixe e bebidas”, revela.

“TRABALHAR NA PRAIA É DIFÍCIL, POR ISSO O PREÇO"

Deyvison Malacarne é sócio de um quiosque em Itaparica Crédito: Rafael Silva

Em seu primeiro ano como dono de quiosque na Curva da Jurema, David Dutra trabalhou durante seis anos como garçom de areia. Apesar das dificuldades, ele diz que não desanimou do investimento.

“Acho que o movimento está razoável, não é o mesmo de antes, mas já foi melhor que o ano passado. Trabalhei como garçom na areia a vida toda, mas resolvi investir esse ano”, conta.

Sócio de um quiosque em Itaparica, Dayvison Malacarne diz que os custos na praia são maiores, já que o desgaste de funcionários e equipamentos é maior do que quem trabalha na rua.

“Mesmo assim, a gente segurou os custos para manter a clientela. Os preços são os mesmos do período de inverno. Muitos turistas paulistas e brasilienses deixaram de vir por conta da insegurança da greve do ano passado. Quem vinha sempre, esse ano não apareceu, por medo. Ainda sofremos o impacto daquele período”, lamenta. 

 

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