Formado em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo. Começou a carreira operando ações na antiga corretora do Banestes e há 5 anos é chefe da mesa de renda variável da Valor Investimentos. Sócio desde 2018 e um dos responsáveis pelo comitê de alocação de ativos. CFA® Program participant, CFA Institute.

Ibovespa não repete volatilidade de anos eleitorais

O nível de volatilidade da bolsa brasileira até aqui tem sido de 20% ao ano, algo semelhante ao que vimos em anos sem eleição

Vitória
Publicado em 14/09/2022 às 10h36

Nos aproximamos de um dos momentos mais importantes da democracia brasileira: as eleições. Uma época que historicamente causa volatilidade nos mercados financeiros, hoje tem provocado poucas mudanças nos preços e parecemos ter esquecido o que aconteceu nos anos anteriores.

É nítida a diferença entre a volatilidade dos mercados hoje e a de outros momentos da nossa história recente. A linha vermelha que representa o pleito atual mostra que o nível de volatilidade da bolsa brasileira até aqui tem sido de 20% ao ano, algo semelhante ao que vimos em anos sem eleição.

Volatilidade do Ibovespa durante períodos eleitorais
Volatilidade do Ibovespa durante períodos eleitorais. Crédito: XP Investimentos

Como exemplo, a eleição de 2002 (Lula 1) fez com que a bolsa brasileira operasse com quase o dobro de volatilidade, em um sobe e desce muito mais rápido.

A volatilidade é medida pela variância (medida estatística de dispersão) dos preços e geralmente aumenta mais com a queda do mercado do que com movimentos de alta da bolsa. Em outras palavras, bolsa pra baixo, volatilidade pra cima!

A manutenção do presidente atual ou a troca por um outro candidato, que no contexto atual representa uma mudança da condução da política econômica, é um movimento importante e pode ser o catalisador dessa volatilidade outrora vista nos mercados. Ainda temos um outro componente especial nessa salada: a trajetória de juros da economia americana, que ainda é incerta.

Para aproveitar as oportunidades que surgirão, temos um alento que é manter parte dos recursos em caixa (alocação sem risco) rendendo próximo a 1% ao mês, ou seja, não precisamos correr riscos desnecessários e aproveitar as oportunidades conforme elas surjam.

Minha visão é de que já devemos ter alocação em renda variável pelo valuation atual das ações brasileiras, mas para quem está de fora, ou com um percentual baixo de alocação, é possível que tenhamos uma bela janela de oportunidade nos próximos meses.

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