A expulsão do goleiro Léo Jardim, do Vasco, no duelo contra o Internacional, válido pela 17ª rodada do Brasileirão, reacendeu um debate sobre o impacto da tecnologia no desempenho dos árbitros brasileiros. Muitos apontam que os nossos árbitros não se adaptaram e, mesmo após oito anos de utilização, ainda não foram treinados adequadamente para adotar outra postura para tirar proveito do auxílio dos equipamentos.
A tecnologia não está só mudando o mercado de trabalho, ela está redesenhando a forma de trabalhar. Um relatório recente da Salesforce, empresa de software que oferece soluções de relacionamento entre clientes e empresas, mostra que a adoção da tecnologia nos mais variados setores, inclusive o esportivo, deve crescer 327% nos próximos dois anos.
Não se trata mais de “se” isso vai impactar as suas decisões, mas de “como” você vai se adaptar para continuar relevante. No nosso caso, como os árbitros vão continuar úteis para o futebol.
Mais do que saber operar ferramentas, o novo cenário exige habilidades humanas, estratégicas e adaptáveis. A inteligência técnica importa, mas a inteligência de contexto é o que vai diferenciar profissionais comuns de árbitros preparados para o futuro.
O árbitro do futuro precisa ser menos especialista fixo e mais solucionador flexível. O juiz aplicador de regra ainda tem espaço, claro. Mas o generalista com profundidade e capacidade de leitura de cenários será o profissional mais requisitado. É preciso entender rapidamente que a tecnologia está assumindo tarefas operacionais. Isso muda completamente o que se espera de um árbitro de alto nível.
Segundo a IBM, 40% da força de trabalho global vai precisar ser requalificada nos próximos três anos por conta da tecnologia. E esse número só cresce. Baseado nisso, a arbitragem brasileira já perdeu muito tempo insistindo na forma antiga de praticar a arbitragem. Estamos em um caminho sem volta e já passou da hora de colocar toda energia em uma nova metodologia de formação de uma nova geração. Um currículo único que coloque todos no mesmo nível de informações, capacidade estratégica e leitura de cenários, pois a velha parte operacional - se foi dentro ou fora, se bateu na mão ou não, se estava impedido ou não - a tecnologia já assumiu com eficiência, o que falta agora é treinar os árbitros para pensarem fora da caixinha. Mas antes de tudo isso, ainda falta ousadia de apostar no futuro sem medo do presente e fazer uma gestão disruptiva na arbitragem brasileira.
Fluminense salvo pelo VAR
Na vitória do Fluminense por 1 a 0 sobre o Grêmio, no Maracanã, o VAR mostrou para o árbitro Lucas Torezani (PR) um pênalti sobre o atacante Canobbio, do Fluminense, que ele não havia marcado. Aos 25 minutos do segundo tempo, o atacante brigou pela bola após recuo ruim da defesa do Grêmio, dividiu com Dodi e caiu na área. O árbitro mandou o jogo seguir e, depois que o jogo parou, foi chamado pelo VAR, mudou a decisão e anotou a penalidade máxima corretamente.
Árbitro salvo pelo VAR
Já na vitória do Cruzeiro em cima do Botafogo por 2 a 0, no estádio Nilton Santos, o árbitro Mateus Candançan (SP) marcou pênalti quando o atacante botafoguense Arthur caiu na área do Cruzeiro após uma disputa de bola, mas o VAR mostrou a ele que o atacante forçou a queda após o defensor do Cruzeiro recolher a perna e não o atingir.
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