Dois empresários investigados em suposto esquema voltado à prática de fraudes fiscais envolvendo a comercialização de café em todo o Espírito Santo são considerados foragidos.
Eles foram alvos da Operação Recepa, realizada nesta quinta-feira (27) em vários municípios capixabas e não foram localizados pelas forças de segurança durante o cumprimento dos mandados de prisão.
São eles:
- Wenderson Gavassoni de Azevedo, o Nem - administrador da empresa Blend Café, em Colatina, um dos alvos da investigação
- Márcio Barrozo Aranha - administrador de outras empresas apontadas como envolvidas no suposto esquema
Um total de 16 pessoas foram alvo de mandados de prisão, dos quais 14 já foram detidos. São empresários, produtores de café, contadores, "laranjas" e um policial civil, que são investigados por possível envolvimento na prática criminosa. Confira os nomes em reportagem de A Gazeta.
O policial civil Walace Simonassi Borges é um investigador lotado na Delegacia de Marilândia. Ainda não há informações sobre qual seria a participação dele no suposto esquema.
As prisões preventivas foram autorizadas pela 3ª Vara Criminal de Linhares, por crimes contra a ordem econômica (Lei 8.137). E mantidas em audiências de custódia realizadas na tarde desta sexta-feira (28).
Também foram cumpridos 37 mandados de busca e apreensão: um em Muriaé (MG), outro em Aracaju (SE) e os demais nas cidades capixabas de Colatina, Governador Lindenberg, Guaçuí, Irupi, Linhares, Rio Bananal, Serra, Vila Velha e Vitória. É estimado um rombo de mais de R$ 400 milhões aos cofres públicos do Estado.
O que está sendo investigado é uma organização criminosa que seria formada por empresários, contadores, “laranjas”, funcionários de empresas e produtores de café. As informações iniciais apontam que o grupo teria estruturado um suposto esquema voltado à prática de fraudes fiscais envolvendo a comercialização de café em todo o Espírito Santo.
Durante as buscas, foram apreendidos cerca de R$ 360 mil, três armas, joias, além de aparelhos de celular, computadores e documentos que vão ser analisados durante as investigações. Na operação, 190 veículos foram indisponibilizados.
A ação reuniu o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Gaesf); a Secretaria da Fazenda (Sefaz), com a Receita Estadual; e também a Receita Federal. A operação ainda teve o apoio técnico e operacional do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar, ambos do MPES, da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), e dos Ministérios Públicos de Sergipe e de Minas Gerais.
O que dizem as defesas
Os advogados Leandro de Oliveira e Anna Santos fazem a defesa de Márcio Barrozo. Por nota eles informaram que as investigações tramitam sob segredo de justiça, motivo pelo qual todos os esclarecimentos serão prestados exclusivamente no processo.
“Confiamos plenamente nas autoridades responsáveis e no devido processo legal. O senhor. Márcio está colaborando e confiante de que provará sua inocência no decorrer da investigação e, se houver denúncia, durante a instrução criminal”, informaram.
Procurado pela coluna, o advogado Dionisio Balarine informou que atua apenas para a empresa Blend Café. Um dos integrantes do escritório de advocacia onde atua ainda estava sendo selecionado para fazer a defesa criminal de Wenderson.
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