Há 35 anos atuando no mercado imobiliário, já testemunhei inúmeros movimentos, mas nenhum tão profundo quanto o que vimos na última década. O que transformou o corretor de imóveis em um verdadeiro agente de resultados não foi apenas a tecnologia, nem tampouco a chegada de novos players. Foi algo mais invisível e poderoso: a cultura.
Mas de que cultura falamos? A cultura da atitude pró-mercado, em que cada profissional entende que o seu sucesso está ligado ao desenvolvimento de todo o setor. A cultura de um ambiente cooperativo entre corretores, substituindo rivalidade por parcerias. A cultura de colocar o cliente no centro do processo, respeitando sua jornada de compra e seus sonhos.
A cultura de usar dados de forma inteligente para agilizar decisões. E, talvez o mais revolucionário, a cultura de compartilhar informações e negócios. Essa virada não aconteceu de forma brusca. Foi como observar o cair da noite: você espera a mudança de luz e, quando se dá conta, já está escuro. A transformação foi orgânica. A tecnologia acelerou o acesso a dados, as plataformas multiplicaram possibilidades, e a pressão do mercado obrigou os profissionais a se reposicionarem.
No entanto, os maiores entraves estavam claros: a precificação equivocada, a multiplicidade de anúncios de um mesmo imóvel e a falta de cooperação entre colegas. Esses eram os fantasmas que prejudicavam a credibilidade da profissão. Quando passamos a enxergar esses pontos dentro de uma nova cultura, tudo mudou.
Hoje, vemos um grande número de corretores em atividade, mas ainda é uma minoria que opera de maneira realmente conectada em grupos de redes sociais por aplicativos, em redes organizadas ou em iniciativas como o Clube de Precificação, do qual fui fundador. Esse movimento, nascido de forma gratuita e altruísta, transformou-se em um espaço de networking, aprendizado e parcerias, dando origem também ao Clube de Parceria.
Os que antes eram concorrentes, hoje se tornam parceiros. Esse é o verdadeiro salto cultural: entender que somos mais fortes juntos. Essa cooperação elevou de forma significativa a qualidade do serviço imobiliário prestado em Vitória. E não exagero ao afirmar que, hoje, nossa capital capixaba abriga um dos mercados mais éticos, organizados e produtivos do Brasil. A lição é clara: no mercado moderno, compartilhar é o verbo que move resultados.
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