Colunista de Famosos

Pastor Felipe Heiderich sobre Magno Malta: “Ajudou a destruir minha vida”

Recém-assumido bissexual, Heiderich foi preso após ser acusado pela ex-mulher de abusar do enteado. À época, o ex-senador alegou ter provas de que o pastor era pedófilo e hoje é processado por Felipe

Vitória / Rede Gazeta
Publicado em 08/04/2021 às 10h31
O pastor Felipe Heiderich
O pastor Felipe Heiderich. Crédito: Xicão Jones/Reprodução/Instagram @felipeheiderich

Felipe Heiderich vem enfrentando maus bocados com os comentários de ódio na internet desde que decidiu tornar público seu relacionamento com o cantor Bruno de Simone. E pior, como ele mesmo diz: “Quando o namoro veio à tona, quiseram vincular a homossexualidade à pedofilia. Dizendo que, se eu menti sobre uma coisa (a orientação sexual), mentiria sobre outra qualquer que fosse. Mas eu não menti sobre minha sexualidade, tanto que seis meses depois de firmar esse relacionamento, eu o assumi”.

Durante entrevista com este colunista em live transmitida pelo canal do YouTube da influenciadora Joanna Maria na noite desta quarta-feira (7), o pastor se referiu ao episódio em que foi vítima de discurso do ex-senador Magno Malta (PL), que disse ter provas de que Heiderich abusou sexualmente do ex-enteado, que na ocasião tinha cinco anos.

Em 2016, o parlamentar capixaba usou a tribuna do Senado para dizer que tinha provas do suposto crime e que Felipe não passava de um “falso pastor”. À época, Felipe foi acusado de pedofilia pela então esposa, a também pastora e missionária Bianca Toledo. Em setembro de 2020, Heiderich foi absolvido em primeira e segunda instâncias.

Heiderich também lembra que pouco tempo depois de a ocorrência ser divulgada na mídia, na ocasião, o Ministério Público declarou fraude em uma série de documentos que endossavam a denúncia falsa. Da experiência, teve certeza de que sua honestidade o salvaria, mas não o bastante para eximir a mágoa que tem de tudo o que aconteceu naquele período. “Mas eu soube exercer o perdão”, complementa.

“Magno Malta foi juiz, promotor, carrasco, executor... Mas não irmão, pastor e senador, porque ele usou a tribuna em um momento em que nem sequer havia inquérito, não havia nenhuma prova, nenhuma testemunha tinha dado depoimento ainda e ele disse que tinha provas. Já na época, o Ministério Público alegou que era tudo falso. Fui absolvido em primeira instância e em segunda instância de novo”, relatou, durante o bate-papo acompanhado também pelo atual namorado.

“Magno Malta é irmão, crente, pastor e senador. Naquele momento ele não foi irmão, porque a Palavra diz que se você tem algo contra o irmão, deve ir até ele. Ele tinha meu celular e não me ligou. Ele não foi cristão, porque a Palavra de Deus diz que você precisa amar a Deus sob todas as coisas e a teu próximo como a ti mesmo. E ele não foi pastor porque em momento nenhum ele tentou me pastorear, tentou entrar em contato. E ele também não foi um senador”, desabafou.

Atualmente, Felipe diz que deu entrada no processo contra Malta por tudo o que o senador do Espírito Santo o fez passar, inclusive ser preso, com direito a sequelas que ele carrega até hoje. O pastor foi espancado enquanto foi encarcerado e hoje sofre com um descolamento facial em decorrência de uma calcificação errada dos ossos da face. Ele tenta consertar o problema com procedimentos não invasivos, mas não descarta a necessidade de uma cirurgia reparadora. “Porque a tendência é o rosto ficar completamente torto”, justifica.

“Demorei muito para conseguir um advogado (para processar Magno Malta). Se eu ganhar o processo, ele terá que pedir perdão, mas preciso de algo mais. Ele ajudou a destruir a minha vida, que graças a Deus não foi destruída. Mas esse processo ainda está na primeira fase, porque foi o último processo em que eu dei entrada. Já entrei com muitos outros processos ligados a esse caso antes disso”, fala.

MAGNO MALTA: "SABEREI ME DEFENDER"

A coluna, que não dorme no ponto, questionou Magno Malta sobre as falas de Heiderich e quanto ao processo que o pastor move contra o ex-senador capixaba. O ex-parlamentar rapidamente atendeu a este colunista e disse que saberá se defender caso seja julgado sobre o que disse, à época, em 2016, sobre as acusações feitas pela ex-mulher de Felipe. 

"Tudo o que eu falei na tribuna do Senado em defesa da criança, eu falei depois de ouvir a mãe, a advogada e a delegada do caso, que nos pediu perícias. Depois dos laudos da delegada, me pronunciei. Quanto ao processo dele, nunca fui notificado. E, se for (notificado), saberei me defender. Minha luta em defesa das crianças vai continuar muito firme, independente do preço que isso possa custar. Lutas sempre", respondeu. 

“AINDA ESTOU ME HABITUANDO”

Toda essa força que Felipe tem para enfrentar os obstáculos da vida têm uma fonte muito clara: o amor. O pastor diz estar vivendo um de seus melhores momentos ao lado do novo namorado, mas também pondera que a experiência de namorar um homem é diferente.

“Ainda estou me habituando. É diferente até no ponto de eu ir pegar uma blusa e a blusa não está lá, porque ele (Bruno) está usando. Hoje, namorando o Bruno, eu vejo alguém que se preocupa comigo. E isso eu nunca tive com o casamento”, detalha.

Felipe Heiderich

Pastor

"Barba também é estranho, porque nunca beijei uma mulher com barba (risos). Levou um tempo para eu me habituar "

Por fim, analisa: “O que eu espero (do relacionamento) ainda é muita crítica, mas aos poucos vejo que esse ódio gratuito vai diminuir. Para o futuro, quero só uma rede para me deitar (risos).

E Bruno concorda: “Deus me deu a missão de cuidar do Felipe. O amor acontece, não sei porque acontece e porque o Felipe. A gente não escolhe quem vai amar. Eu tenho certeza que entrei nessa relação para ser para sempre. Eu sinto que a gente vai ficar junto para a vida inteira. Caso algo mude, eu quero ter a certeza de que serei lembrado como alguém que fez o bem para ele. E não que fez o mal”.

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