É artista e escritora, e como observadora do cotidiano, usa toda sua essência criativa na busca de entender a si mesma e o outro. É usuária das medicinas da palavra, da música, das cores e da dança

Crônica: chuva de meteoros

A  mente deveria ser um instrumento maravilhoso, mas quando a usamos de forma equivocada ela se torna destrutiva. O fluxo contínuo de pensamentos em cadeia nos obriga a viver sob uma constante chuva de meteoros

Publicado em 05/12/2021 às 07h00
Chuva de meteoros
Chuva de meteoros. Crédito: Pixabay

A vida que ganhamos do criador é a própria consciência. Mas não se pode explicar a consciência com a mente… Isso seria como tentar iluminar o sol com uma lanterna.

A consciência é uma dimensão divina, diretamente conectada com a fonte, só que no nosso caso, em forma de gente, disfarçada de “pessoa” – com uma personalidade, um nome, cpf, gênero; e guarnecida com multifunções: olfato, visão, audição, energia, emoção, instinto, inteligência… E é esse o x da questão.

Era para a mente ser uma das funções. Mas nos confundimos… Ao invés de usarmos nosso todo, e todos os seus componentes, privilegiamos a mente, ou a nossa “inteligência”. E assim, ela cresce, ganha força, e ganha potência até o ponto em que nos domina (completamente). E na medida em que crescemos, sem nos darmos conta, nos deixamos escravizar pelos seus medos, angústias e anseios. 

Porque na medida em que a mente julga o mundo externo, ela cria razões e justificativas que nos aprisionam, nos rebocam, nos arrastam para longe da fonte de amor incondicional que nos habita. Nos desconecta da nossa alma, ou seja, de nós mesmos.

Em essência, nós não somos nossos pensamentos… Acontece que não só acreditamos, como também nos identificamos com eles, o tempo inteiro. E esse barulho que não para dentro da nossa cabeça, cria uma ilusão constante. Um falso eu, cheio de conflitos. Cheio de medos, e suas respectivas justificativas.

E esse fluxo contínuo de pensamentos em cadeia nos obriga a viver sob uma constante chuva de meteoros. (Quem aguenta?)

O que estou dizendo é que a mente deveria ser um instrumento maravilhoso, mas quando a usamos de forma equivocada ela se torna destrutiva, literalmente. 

Trocamos alhos por bugalhos!

Por exemplo, crescemos ouvindo (de nossos pais, das novelas, das músicas, dos filmes…) que somos merecedores do amor. E assim, desejamos o amor a todo custo, e o buscamos por toda parte – perceba, até um pedido de desconto é um pedido de amor. Mas a verdade é que a construção desse pensamento “merecedor” nos afasta da possibilidade de ‘sermos o amor’. O que, convenhamos, era a ideia inicial do Criador!  Então, perceba, “ser o amor” é ser livre. É não estar sob o comando da mente que tudo deseja e que de tudo suspeita. É parar de pedir e passar a ser.

Parece simples, mas ‘tamo junto, irmão’: não é! 

Vamos lá, quando acreditamos naquilo que pensamos, nos tornamos escravos da mente e seus processos involuntários, seus julgamentos, críticas, limitações, medos… Ela não para! Ela julga o presente com olhos do passado. Ela tortura, ataca e pune. A mente apronta! Por isso se livrar dela é a única possibilidade de nos libertarmos. 

Voltando, somos a consciência superior em forma de gente, buscando espaço para a própria manifestação da liberdade, da graça, da presença... Enquanto lidamos com o complexo instrumento da mente. Ela que em nome da proteção do nosso EGO, age como um escorpião, que no fim das contas, se envenena. 

A mente chove (meteoro) constantemente... 

O único lugar seguro e coberto é a fonte: o amor, a presença, a meditação, o silêncio.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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