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Prefeito de Vila Velha sobre auxílio-alimentação de vereadores: "Não me cabe opinar"

Parlamentares criaram benefício mensal de R$ 1,2 mil para eles mesmos. Arnaldinho Borgo (Podemos) não vetou nem sancionou projeto, o que, na prática, foi um aval

Vitória
Publicado em 21/12/2023 às 12h31
Arnaldinho Borgo, prefeito de Vila Velha
A colunista de A Gazeta Letícia Gonçalves, o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), e a âncora Fernanda Queiroz na Rádio CBN Vitória. Crédito: Ricardo Medeiros

O prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos), não vetou nem sancionou o projeto de lei da Mesa Diretora da Câmara Municipal que criou um auxílio-alimentação de R$ 1,2 mil mensais para os vereadores. Como prevê a lei orgânica municipal, isso configura sanção tácita.

O presidente da Câmara, Bruno Lorenzutti (Podemos), então promulgou a lei. O benefício começa a ser pago em janeiro. Na prática, a medida contou com o aval de Arnaldinho.

O prefeito, contudo, defendeu, em entrevista na Rádio CBN Vitória, nesta quinta-feira (21), que não cabia a ele se intrometer. 

"Não cabe ao prefeito, ou à prefeitura, opinar na Câmara Municipal de Vila Velha. Cabe ao prefeito dialogar e debater projetos de lei que mudem e melhorem a vida das pessoas. A Câmara faz a gestão independente do seu orçamento e do seu financeiro, sem a prefeitura dar nenhum pitaco", afirmou.

"Não cabe à gente falar de auxílio-alimentação ou qualquer outro benefício que um vereador pode utilizar", complementou. 

A coluna lembrou que, legalmente, o prefeito poderia, sim, ter vetado a criação do benefício. Bastava alegar que era algo contrário ao interesse público.

Se o auxílio houvesse sido instituído por meio de resolução, por exemplo, realmente, Arnaldinho não teria nada a fazer, porque o processo legislativo, nesse caso, não prevê o envio do projeto para o prefeito opinar. Mas, no caso de propostas de lei, o texto sempre vai para a mesa do chefe do Executivo.

Se Arnaldinho barrasse a proposta, os vereadores poderiam, depois, derrubar o veto e o auxílio-alimentação seria criado mesmo assim. Só que, aí, o prefeito teria feito um gesto político para demonstrar contrariedade.

Isso, claro, desagradaria aos parlamentares. O prefeito não tem opositores na Câmara Municipal e o presidente da Casa é seu correligionário.

Novamente questionado, Arnaldinho repetiu que "a Câmara é independente da Prefeitura de Vila Velha".

O salário dos vereadores de Vila Velha é de R$ 7.875,80 brutos. Já na próxima legislatura, que começa em 2025, o valor vai quase dobrar, ao passar para R$ 15.193,35.

Assista à entrevista na íntegra:

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