Este é um espaço para falar de Política: notícias, opiniões, bastidores, principalmente do que ocorre no Espírito Santo. A colunista ingressou na Rede Gazeta em 2006, atuou na Rádio CBN Vitória/Gazeta Online e migrou para a editoria de Política de A Gazeta em 2012, em que trabalhou como repórter e editora-adjunta

Casagrande: "Se eu quisesse esconder Lula, não diria que vou votar nele"

O socialista não ganharia nada ao "nacionalizar" a eleição. Lula, apesar de liderar as pesquisas de intenção de voto no país e de estar tecnicamente empatado com Bolsonaro no Espírito Santo, também tem alta rejeição

Vitória
Publicado em 19/09/2022 às 12h19
Sabatina CBN e A Gazeta com o candidato ao Governo do ES Renato Casagrande
Fernanda Queiroz,  Abdo Filho, Renato Casagrande, Letícia Gonçalves e Leonel Ximenes durante sabatina realizada pela Rádio CBN Vitória e por A Gazeta. Crédito: Fernando Madeira

O governador Renato Casagrande (PSB), candidato à reeleição, tem o apoio do PT no Espírito Santo, que retirou o senador Fabiano Contarato da corrida pelo Palácio Anchieta. Em contrapartida, Casagrande disse que vai votar no ex-presidente Lula (PT) para presidente da República e que faria campanha apenas para o petista entre os postulantes ao Palácio do Planalto.

A 13 dias do primeiro turno das eleições de 2022, entretanto, pouco se viu do empenho do socialista pela eleição do ex-presidente. Há quem até o critique por "esconder" Lula na campanha.

O ex-presidente não aparece no horário eleitoral de Casagrande nem nas redes sociais do candidato à reeleição. E o nome de Lula poucas vezes é mencionado pelo socialista, o que ocorre, via de regra, apenas quando o governador é questionado a esse respeito.

Foi o que ocorreu na sabatina realizada pela Rádio CBN Vitória e por A Gazeta nesta segunda-feira (19). Casagrande foi o entrevistado.

A coluna quis saber o motivo do apoio discreto a Lula e se o fato de os governos do PT terem sido alvos de diversas denúncias de corrupção é um peso.

"Se eu quisesse esconder o Lula, não falaria num programa como esse a minha afirmativa de que eu vou votar no Lula. E já fiz isso em diversos outros momentos", respondeu o governador.

"Agora, tenho que ressalvar que minha aliança é uma aliança ampla. Dentro da minha coligação tem outras candidaturas à Presidência da República, cada partido tem a liberdade de apoiar o seu candidato à Presidência da República", complementou.

Casagrande tem o apoio do PDT de Ciro Gomes, do MDB de Simone Tebet e do PP, que é aliado de Jair Bolsonaro (PL).

"Eu tenho compromisso com o projeto local, tenho que ficar focado no projeto local, com as pessoas sabendo do meu compromisso, do meu voto, da minha opinião, mas tenho que ficar focado no projeto local porque não sou apenas um militante partidário, sou governador do estado, candidato à reeleição e tenho que manter o diálogo com todas as candidaturas à Presidência da República", afirmou Casagrande à coluna, na sabatina.

Eis o ponto. Casagrande não ganharia nada ao "nacionalizar" a eleição. Lula, apesar de liderar as pesquisas de intenção de voto no país e de estar tecnicamente empatado com Bolsonaro no Espírito Santo, também tem alta rejeição.

O socialista está no segundo mandato como chefe do Executivo estadual, não precisa usar um candidato ao Palácio do Planalto como "escada" para aparecer. 

E lidera a corrida para o Palácio Anchieta.

"Não tenho necessidade de ficar atacando nenhum candidato à Presidência da República", disse o governador, talvez num recado para adversários.

Como resultado, entretanto, como a coluna já registrou, a campanha de Lula no estado segue discretíssima, sem esforço de Casagrande e tampouco da senadora Rose de Freitas (MDB), candidata à reeleição que conta com o apoio do PT.

CORRUPÇÃO

Manato (PL), concorrente de Casagrande, ancora a própria campanha na imagem de Bolsonaro e, em inserções na TV durante os comerciais, aproveita para associar, negativamente, o governador a Lula, Dilma e até ao ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci.

Não menciona, claro, as suspeitas de corrupção que pesam sobre a gestão do atual presidente da República.

Guerino Zanon (PSD) também tenta surfar na onda bolsonarista. 

"A minha aliança aqui, que é ampla, quem lidera sou eu. Eu não tenho compromisso com erro de ninguém, de nenhum partido, nem mais à direita, nem mais à esquerda", rebateu Casagrande ao ser questionado sobre a associação do PT a casos de corrupção.

"Tenho uma vida tranquila, simples, sempre fui assim. Nunca mudei meu estilo de vida. Minhas condições de  vida são as que meu salário de governador permite que eu possa seguir. Não tenho compromisso com o erro. Se alguém errou, vai pagar", adiantou.

No atual mandato de Casagrande, o então subsecretário de Agricultura, Rodrigo Vaccari (PSB), foi exonerado após ser citado na operação que apurou suspeitas na compra de álcool em gel. 

O ex-secretário da Fazenda Rogélio Pegoretti também apareceu, quando já estava fora do governo, em uma operação da própria Sefaz e do Ministério Público Estadual envolvendo fraude tributária.

E o então secretário de Meio Ambiente Mário Louzada foi exonerado do cargo após ser acusado de assediar sexualmente uma servidora. 

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