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Magno Malta briga pela paternidade do Contorno do Mestre Álvaro

"Está aqui o pai da obra", afirmou ex-senador no horário eleitoral. Rose de Freitas também surgiu dizendo que o trabalho é "resultado de uma luta conjunta"

Vitória
Publicado em 16/09/2022 às 14h25
Magno Malta em horário eleitoral na TV
Magno Malta em horário eleitoral na TV. Crédito: Reprodução

O horário eleitoral exibido na TV no Espírito Santo nesta sexta-feira (16) mostrou Magno Malta (PL), que quer voltar ao Senado, dizendo-se o "pai" e o "autor" da obra do Contorno do Mestre Álvaro, na Serra.

Ele lembrou que partiu dele, em 2008, o pedido para federalizar o trecho. 

"Você já deve ter visto em rede social, discurso, muitos pais e mães dessa obra", provocou Magno.

"Agora vou dizer pra você quem é o pai, quem é o autor: Magno Malta", disse o próprio ex-senador.

"Foi dia 24/06/2008. Eu protocolei e foi aprovada a federalização desse trecho. A obra continua, o presidente Jair Bolsonaro continua", exortou.

Pouco antes, no mesmo bloco do horário eleitoral, a senadora Rose de Freitas (MDB), candidata à reeleição, exibiu uma conversa com o governador Renato Casagrande (PSB). 

Em determinado momento ela diz que o Contorno do Mestre Álvaro "é resultado de uma luta conjunta, Senado e bancada federal".

E afirma que Casagrande terá apoio para trazer recursos necessários para realizar obras federais no Espírito Santo.

Renato Casagrande e Rose de Freitas no horário eleitoral
Renato Casagrande e Rose de Freitas no horário eleitoral. Crédito: Reprodução

A FEDERALIZAÇÃO

Realmente, foi Magno quem pediu a federalização da obra. O jornal A Gazeta, em julho de 2008, registrou que a iniciativa de construir uma rodovia que ligaria o Contorno de Vitória à BR 101 partiu da Prefeitura da Serra, mas a obra seria realizada pelo governo do estado.

"Como a estrada liga dois pontos da mesma BR 101, foi proposta à União, pelo Senado, a inclusão do trecho sendo como federal, como parte da BR", contou o então secretário municipal de Defesa Social e Trânsito, Ledir Porto, à reportagem na ocasião.

A lei nº 11.729, que cria o novo trecho da BR 101, foi sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 24 de junho de 2008. 

Na época, a federalização ocorreu a contragosto da prefeitura e do governo do Espírito Santo, como mostra declaração do então vice-governador e secretário estadual Ricardo Ferraço a A Gazeta:

Para o vice-governador e secretário estadual de Transporte e Obras Públicas, Ricardo Ferraço, a decisão de federalizar a rodovia foi um ato incompreensível de covardia.

"Esse contorno do Mestre Álvaro está com o projeto de engenharia para ficar pronto e ser entregue em novembro. Daríamos início à licitação da obra em janeiro do ano que vem', esclarece Ferraço.

Ele acredita que a execução da obra dessa via pode ser prejudicada com a mudança para o governo federal. "Estamos num esforço para melhorar o Estado. Esse tipo de política é um retrocesso. Se não pode ajudar a gente, que também não atrapalhe. Nem as obras no Contorno e no Aeroporto de Vitória foram concluídos", critica. 

Na mesma reportagem, Magno garantiu que haveria verbas federais para realizar os trabalhos:

O Senador Magno Malta (PR) garantiu que o ministro Alfredo Nascimento, assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, prometeram verba para a execução da rodovia do Contorno do Mestre Álvaro, na Serra. 

"Fiz o projeto de lei para que esse trecho fosse federalizado. É possível que o governo federal crie uma parceria com o Estado", disse. Sobre a confirmação da verba federal para a execução da obra no ano que vem, Malta afirma que agora cabe à bancada federal buscar o recurso.

ATRASOS

O Contorno do Mestre Álvaro teve seu contrato assinado em 2014. Desde então, a obra sofreu sucessivos atrasos por causa de pendências no Tribunal de Contas da União (TCU), desapropriações e por demora no licenciamento ambiental.

Os trabalhos começaram, mesmo, em 2019. 

Em abril de 2022, o ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro, Marcelo Sampaio, esteve no Espírito Santo e afirmou que a ideia é terminar a obra ainda este ano, mas não há verba suficiente para isso.

A opção tem sido usar dinheiro das emendas impositivas da bancada federal capixaba.

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