É empresário do setor imobiliário, membro do Conselho Superior da Ademi-ES, mestre em Change pelo Insead (França), professor convidado pela Fundação Dom Cabral e 24º brasileiro a atingir o cume do Everest.

Lideranças femininas crescem cada vez mais no mercado imobiliário

As mulheres, hoje, assumem funções relacionadas ao “core” das empresas, são gerentes, diretoras ou fundadoras dos seus negócios

Vitória
Publicado em 30/11/2022 às 01h58
Atualizado em 30/11/2022 às 01h58
Lideranças femininas crescem cada vez mais no mercado imobiliário
Mulheres líderes são mais assertivas, persuasivas e mais dispostas a assumir riscos e executar ações. Crédito: Freepik

Recente matéria publicada pelo jornal Valor Econômico destaca o aumento do número de mulheres em posição de liderança no mercado imobiliário. De acordo com a publicação, “a busca por igualdade de gênero em postos de comando é uma luta que vem ganhando força em todos os segmentos da economia”.

Este avanço é ratificado por uma pesquisa da Grand Thornton que aponta que 38% dos cargos de liderança já são ocupados por mulheres, posicionando o Brasil em quarto lugar no ranking global.

A presença feminina no mercado imobiliário não chega a ser uma novidade, todavia há um componente singular em relação às posições de liderança, até então predominantemente masculinas. Não era incomum observarmos mulheres em cargos administrativos. Setores financeiro, jurídico e atendimento ao cliente sempre tiveram forte presença de mulheres.

A grande diferença está no fato de que as mulheres, hoje, assumem funções relacionadas ao “core” das empresas, são gerentes, diretoras ou fundadoras dos seus negócios.

O empreendedorismo no mercado imobiliário, tão associado à figura masculina, hoje divide espaço com as mulheres. E isto é bom para todos: empresas, clientes e colaboradores.

Algumas empresas nacionais que são referências no mercado têm mulheres ocupando a maioria das funções. Na Vitacon, a participação feminina chega a 65% do quadro de colaboradores, incluindo sua diretora de incorporação, Alexandra Monteiro. Já na Imóvelweb, portal de vendas imobiliário, 60% dos cargos de liderança são femininos.

O aumento da participação das mulheres no mercado não se deve a uma questão de inclusão, mas de competência. Mulheres entregam ótimos resultados.

Renata Gava, diretora comercial da Imobiliária Universal, empresa loteadora que possui 80% do seu quadro de colaboradores feminino, atribui o seu crescimento na empresa, onde trabalha há 18 anos, ao comprometimento e disciplina. Para Renata, a busca por excelência independe do gênero: “não é por ser mulher, mas pela vontade de aprender, pela dedicação, pelas minhas entregas”.

Esta também é a percepção da engenheira e sócia da MZI Incorporadora, Raquel Menezes. Nas diversas funções que assumiu até ter sua própria empresa, Raquel nunca se sentiu desrespeitada ou excluída, tampouco credita negócios não realizados ao fato de ser mulher: “nunca tive dificuldade com a gestão, embora, às vezes, possa haver alguma dificuldade com a interação”.

Se o fato de ser mulher, felizmente, não faz perder negócios, em muitas situações pode ajudar a realizá-lo. É no que acredita Letícia Rody, fundadora da empresa imobiliária de Vila Velha que leva o seu nome. Letícia também atribui o seu sucesso ao fato de sempre ter assumido o protagonismo de sua carreira e de suas escolhas.

Porém, ela admite que certas características valiosas no processo de venda, especialmente no relacionamento com os clientes, são mais presentes nas mulheres. Atuando no segmento de luxo, Letícia considera que “ser mulher no mercado imobiliário traz, sim, algumas vantagens. A mulher é mais sensível, tem mais empatia e aptidão para ouvir o outro. A visão feminina me ajuda a entender as razões e desejos do cliente e, assim, atendê-lo melhor”.

Pelo olhar do cliente, é natural supor que a atenção aos detalhes e o cuidado com as necessidades do outro estabelecem a confiança necessária para a realização de um negócio seguro. Já pela perspectiva da empresa ter líderes capazes de se adaptar às rápidas transformações e trazer o time consigo, talvez, seja um dos principais atributos em tempos turbulentos como o que vivemos. Em ambas as situações, parece que as mulheres estão mais bem posicionadas do que os homens.

Não que os homens também não possam executar estas tarefas e desempenhar estas funções exemplarmente. Entretanto, as mulheres líderes elevaram a excelência a um outro patamar. Assim diz Herb Greenberg, PH.D, fundador da Caliper, empresa americana de consultoria baseada em Princeton.

Levantamento realizado por sua empresa, que avaliou o potencial de 2 milhões de candidatos para mais de 25 mil empresas, concluiu que as mulheres líderes são mais assertivas e persuasivas, mais dispostas a assumir riscos e executar ações que os homens. Líderes femininas também foram consideradas mais empáticas e flexíveis, bem como mais fortes nas habilidades interpessoais.

Para além da questão da inclusão, a participação feminina em posições de liderança no mercado imobiliário e na construção civil tem se mostrado essencial para o sucesso dos negócios. O mundo corporativo carece de um olhar mais humano, logo, precisa de mais mulheres empreendendo e liderando times e organizações.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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