Se existe uma fórmula para ficar eternizado nas mentes e nos corações de um determinado grupo é encerrar sua trajetória no auge, e sem oferecer qualquer oportunidade ao fracasso. Talvez Jorge Jesus não imaginava, mas quando deixou o Flamengo após a conquista do Campeonato Carioca de 2020, o treinador criou para si uma áurea de divindade que não será desconstruída tão cedo no futebol brasileiro.
O técnico português, desligado do Benfica, nesta terça-feira (28), se tornou uma sombra no Flamengo desde sua saída após a conquista do Campeonato Carioca 2020. Domènec Torrent, Rogerio Ceni e Renato Gaúcho, em suas curtas trajetórias à frente do clube, em algum momento sofreram com as comparações com o português.
É verdade que o futebol apresentado pelo Flamengo de Jorge Jesus em 2019 encantou o Brasil. Mais do que faturar o Brasileirão e a Libertadores, o time jogava com uma intensidade pouco vista por aqui. Sempre encurralava os rivais e vencia atuando de uma forma agradável aos olhos de quem gosta de futebol.
O desempenho de Jorge Jesus no Flamengo deixou inúmeras “viúvas”. Primeiro foram os torcedores rubro-negros, e agora vários outros que manifestam o desejo de ter o treinador comandando o time de coração. O Atlético-MG, surpreendido com a saída de Cuca, já mira o português como sua primeira opção. Há também quem peça Jorge Jesus no lugar de Tite no comando da Seleção Brasileira.
Jesus é um excelente profissional, mas sabe que a probabilidade de repetir o ano mágico que teve em 2019 é mínima. A chance de uma frustração é muito maior que a de um novo sucesso. Talvez isso também pesou para ele enrolar o Flamengo na negociação e evitar o seu retorno, já que o clube encaminhou a contratação de Paulo Sousa, outro português.
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Fato é que o treinador só perderá a mística ao seu redor no dia que decidir retornar ao futebol brasileiro e por acaso não obter sucesso. O que o faria entrar na ciranda junto aos demais treinadores que trabalham no país. Mas enquanto isso não acontece, seguirá intocável no “Olimpo” dos técnicos.
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