Jornalista de A Gazeta há 10 anos, está à frente da editoria de Esportes desde 2016. Como colunista, traz os bastidores e as análises dos principais acontecimentos esportivos no Espírito Santo e no Brasil

Fluminense de Fernando Diniz tem fome de conquistar a glória eterna

Tricolor esteve em condições adversas nos dois jogos da semifinal da Libertadores, e nas duas vezes conseguiu reverter a situação diante do Inter. Um time que não abre mão de jogar futebol e vai forte na luta pelo título

O Fluminense está na grande final da Libertadores! A classificação é um prêmio a um técnico destemido, um time que não abre mão de jogar futebol e que tem muita sede de conquistar a glória eterna. O triunfo no confronto contra o Internacional, consumado na vitória por 2 a 1, em pleno Beira-Rio, na noite desta quarta-feira (4), tem três personagens principais: Fernando Diniz, Germán Cano e Enner Valencia.

As duas partidas entre Fluminense e Internacional possuem roteiros muito interessantes, e coincidentemente as histórias passam pelos pés ou pelos gritos dos mesmos protagonistas. E em uma competição internacional como a Libertadores, nada mais justo que os personagens principais sejam um de cada país. O brasileiro Fernando Diniz, o argentino Germán Cano e o equatoriano Enner Valencia.

Você vai ler e ouvir muito por aí que o Fluminense só avançou à final por conta da noite infeliz de Enner Valencia. Isso é mentira. É que no Brasil temos essa mania de caçar culpados e diminuir os méritos. Mas o Tricolor avançou porque foi mais competente. E Diniz e Cano são os expoentes da classificação. 

Fernando Diniz

No primeiro duelo, no Maracanã, Diniz viu seu time sair na frente do placar em um contra-ataque que é a cara do seu esquema de jogo. Velocidade e finalização de Cano para as redes. Mas na sequência perdeu o lateral Samuel Xavier expulso e assistiu seu time sofrer o empate ainda no primeiro tempo, e a virada no início do segundo tempo. Do céu ao inferno em pouco tempo. 

Em desvantagem no placar e com um jogador a menos em campo, o Fluminense percebeu o Inter com a faca e o queijo na mão para liquidar o confronto logo no primeiro jogo. E foi aí que entrou o olhar do treinador. Qualquer técnico fecharia a casinha de sua equipe, aceitaria a derrota por 2 a 1 e tentaria buscar o resultado no jogo de volta. Mas não Diniz, que em tática suicida colocou seis jogadores do Flu para marcar no campo de ataque. Mesmo com um a menos, o Tricolor emparedou o Colorado até chegar ao empate. 2 a 2 no placar e ânimo renovado para o segundo jogo. 

Na decisiva partida, desta vez no Beira-Rio, mais uma vez ficou atrás do placar. Mas em todo o tempo buscou a virada. E aqui temos um coadjuvante interessante: John kennedy. Uma arma letal para ajudar o Fluminense na virada, que veio em seis minutos. Um gol do jovem atacante e outro de Cano, como sempre. O treinador que não tem título e ainda assim chegou à Seleção Brasileira, tem mais uma chance de colocar uma taça de peso no currículo. 

Germán Cano

Germán Cano decidiu o confronto contra o Internacional para o Fluminense
Germán Cano decidiu o confronto contra o Internacional para o Fluminense. Crédito: Marcelo Goncalves/Fluminense

Sobre Germán Cano não é necessário falar muito né? Os números falam por si só: marcou três dos quatro gols do Fluminense na semifinal da Libertadores e deu a assistência para o gol de John Kennedy. Ou seja, participou de todos os gols do duelo. Frieza e competência de poucos para colocar a bola nas redes. 

Cano é o artilheiro desta edição da Libertadores com 12 gols. Em dois anos de Fluminense, em um total de 120 jogos, o argentino marcou 80 gols, sendo 36 nesta temporada. Não é à toa que seu apelido é "Lá Maquina". Um monstro na hora de empurrar a bola para as redes. 

Enner Valencia

Enner Valencia desolado após a eliminação do Internacional na Libertdores
Enner Valencia desolado após a eliminação do Internacional na Libertdores. Crédito: Luiz Erbes/AGIF

Como toda boa história, vive de heróis e vilões. Não poderíamos deixar esse texto passar sem mencionar Enner Valencia. A imagem do jogador prostrado ao fim do jogo após a eliminação de sua equipe é emblemática. No dia 12 de junho, o atacante equatoriano foi anunciado como a principal contratação do Colorado para a temporada.

O clube depositava em seu talento as esperanças de dias melhores na Libertadores. E no início ele correspondeu. Nas oitavas de final fez gol fora de casa contra o River Plate. Tento que possibilitou um jogo equilibrado na volta e que terminou com a classificação colocarada. Nas quartas de final, diante do Bolívar, Valencia fez todos os três gols do confronto: vitória de 1 a 0 na altitude e 2 a 0 no Beira-Rio.

Mas aí chegaram as semifinais. E tudo passou a dar errado para o ótimo atacante equatoriano. No jogo de ida, no Maracanã, perdeu ao menos duas boas chances, parando no goleiro Fábio. E neste derradeiro jogo, desperdiçou três chances claras de gol. Poderia ter assegurado a classificação do Internacional, mas não conseguiu. O jogador que deu nova esperança ao Inter na competição continental é o mesmo que falhou quando não poderia ter falhado. Coisas do futebol. Mas Valencia também ficará marcado na história dessa semifinal. 

O Último capítulo vem aí

Após 15 anos da fatídica final da Libertadores em que acabou derrotado nos pênaltis para a LDU, o Fluminense voltará ao Maracanã para a decisão do torneio continental. Resta saber quem será o adversário que entrará em campo contra o Tricolor no dia 4 de novembro. A equipe de Fernando Diniz aguarda o vencedor do duelo entre Palmeiras x Boca Juniors para conhecer seu rival na grande final pronta para escrever uma nova história, e na torcida para que ela seja inédita na história do clube.

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