Os recentes acontecimentos, envolvendo a liquidação do Banco Master, tem levado a um forte desgaste na imagem dos bancos comerciais no mercado brasileiro, principalmente a dos bancos digitais. Tudo começa com a Operação Carbono Oculto que envolveu as fintechs, fundos de investimentos e empresas do mercado financeiro que, de alguma forma, transacionavam recursos do crime organizado. Mais recentemente, foram as tentativas de venda do Banco Master para o BRB – Banco de Brasília e por fim, a liquidação pelo Banco Central do Banco Master.
Ocorre que em muitas operações do Banco Master havia outros bancos envolvidos na comercialização de seus produtos, como a XP Investimentos. Hoje com o FGC - Fundo Garantidor de Crédito, os investimentos em CDB, por exemplo, estão cobertos até 250 mil reais por CPF. Fato que transmite certa segurança e confiabilidade ao investidor.
No passado, muitos clientes amargaram prejuízos financeiros, sem conhecimento de que o seu dinheiro estava lastreado por um determinado banco. Basta lembrarmos do caso do Banco Santos de Edemar Cid, que teve falência decretada em 2005, causando enormes prejuízos aos investidores, numa época sem o FGC.
Por outro lado, os chamados “bancões” que historicamente fazem uma comunicação institucional, aproveitaram o momento para estabelecer uma comunicação mais direta, não só na credibilidade que possuem, mas principalmente no aspecto da garantia ao investidor, investindo na confiança, credibilidade e na segurança. Na publicidade atual desses bancos, em especial a do Itaú, a questão da confiança, credibilidade e segurança é facilmente explicitada quando afirma que ele é mais do que um banco ou corretora.
A publicidade é uma ferramenta muitas vezes utilizada para separar o joio do trigo e, sinceramente, é o que Itaú e o Bradesco estão tentando fazer. Vamos esperar para ver como o NuBank, o maior dos bancos digitais, conduzirá a sua comunicação. O mercado financeiro tem como maior ativo a credibilidade do sistema.
Os aspectos políticos e jurídicos que envolvem a quebra do Banco Master e o seu principal executivo, envolvidos numa teia de ligações nebulosas, ajudam a corroborar com a insegurança pela qual o mercado passa. Infelizmente, o Banco Central assistiu a tudo isso e demorou a agir para liquidar o banco e proteger os interesses dos investidores. Concluindo, para sanar isso, não há publicidade no mundo que consiga resgatar a imagem arranhada do sistema financeiro e dos bancos digitais.
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