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Saiba o que é a compulsão sexual e como tratar

Saiba o que é a compulsão sexual e como tratar

O compulsivo é a pessoa que não consegue controlar seu comportamento frente ao estímulo ou a necessidade. Na ausência de uma oportunidade de cópula ele se aproxima de uma pessoa e masturba-se de alguma forma, até mesmo a vista de outros

Publicado em 2 de outubro de 2019 às 11:22

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Saiba o que é a compulsão sexual e como tratar . (Reprodução/ Instagram @90scigarettes)

Sábado, dia 6 de julho, fui gentilmente convidado a participar de um simpósio de estudantes de psiquiatria da Faculdade Brasileira Multivix. Evento bem organizado, mas que, infelizmente, vários convidados faltaram, deixando os organizadores em polvorosa. Mas tudo deu certo no final. Parabéns aos jovens futuros médicos. Participaram também uma quantidade expressiva de estudantes e profissionais de psicologia da Multivix e de outras faculdades da região.

A mesa-redonda a que fui convidado versou sobre compulsões na cama e na mesa. Excessos no sexo e no alimento. A compulsão enquanto doença psiquiátrica ocorre quando o indivíduo tem falta de produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina, além de influência familiar e social. Ainda não tem confirmação científica de característica genética, embora saibamos que indivíduos provenientes de família com episódios compulsivos por drogas, álcool... tendem a manifestar essas tendências. A dúvida é que esses comportamentos podem ser emitidos e estimulados no seio familiar. O marcador genético ainda não foi identificado (pelo menos que eu saiba).

O compulsivo é a pessoa que não consegue controlar seu comportamento frente ao estímulo ou a necessidade. Na ausência de uma oportunidade de cópula ele se aproxima de uma pessoa e masturba-se de alguma forma, até mesmo a vista de outros. A estatística mostra que a maioria dos portadores são do sexo masculino. Necessitam de tratamento psicoterápico, medicamentoso e apoio familiar e social. Estão enquadrados nessa categoria a compulsão por masturbação, vídeos, pornografia e a prática sexual, podendo ser consensual ou abusiva, como no estupro. A compulsão ou os excessos podem ser de sexo, alimento, jogos, celulares, enfim... qualquer comportamento de repetição que dificulta ou impede outras atividades na vida.

Na prática clínica percebo um número ascendente de casos de compulsão por vídeos, pornografia e site ou aplicativos de encontro e/ou prostituição. Casamentos e famílias se findam com esse comportamento. É comum a esposa esperar pelo parceiro na cama e, ao buscá-lo em casa, o vê se masturbando ou marcando encontro com prostitutas, o que gera brigas, prejuízos financeiros e muita dor na família e no indivíduo portador da doença.

Sim, ele sofre, não é um safado, mas um ser doente que não consegue controlar a manifestação do impulso. Também encontro jovens e homens maduros vazios em afetos, habituados ao sexo casual, a múltiplos parceiros, o que aumenta sua angústia e ansiedade e os riscos de doenças sexualmente transmissíveis e AIDS, uma vez que o uso de preservativos está diminuindo assustadoramente.

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O sexo por aplicativo em que não se conhece a pessoa é um encontro em que mistura a vaidade da conquista, confirmação da masculinidade (Confirmar para quê? Não tem certeza?). O orgasmo não é o foco, o prazer sensorial muito menos e, desta forma, a insatisfação perdura, se instala um comportamento de alta frequência para obter um mínimo de satisfação. Estimular a conversa em família, limitar o uso de celulares e aplicativos, ver como nossos filhos estão usando a tecnologia são algumas dicas pra evitar o problema. Também é importante chamar a parceira para uma conversa séria antes de que o pior aconteça e a dor impeça o amor.

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