O fator Paulo Hartung vem aí. Na próxima segunda-feira, dia 26, ele deverá se filiar ao PSD de Gilberto Kassab em ato a ser realizado em São Paulo. Filia-se ao diretório estadual do Espírito Santo, mas o ato em São Paulo dá uma dimensão nacional ao evento.
Depois de dois anos atuando como conselheiro independente no conselho de administração da Vale, Hartung concluiu o seu mandato e deixou o conselho. Está, portanto, sem impedimentos institucionais para se dedicar à política regional e nacional.
Com sua reconhecida inteligência estratégica e sua experiência de gestão pública e privada, ele deverá ter papel protagonista no processo político das eleições estaduais capixabas de 2026, além de ser uma liderança que conquistou dimensão nacional.
Seus primeiros sinais e movimentações políticas, aqui e acolá, mostram que Paulo compreendeu o “espírito da época” e movimenta-se no tabuleiro da política pelo espectro do centro e da centro-direita. Compreendeu o Brasil de hoje. O crescimento do Centro do espectro político: centro, centro-direita e centro-esquerda.
Ao longo da sua trajetória política, ele se posicionou quase sempre como um político de centro-esquerda. Mas agora se movimenta sinalizando ajustes na forma e no conteúdo, mantendo a opção pela democracia e pelo desenvolvimento sustentável, com sua formação de economista.
Todos esses movimentos sutis mostram que Hartung mantém a capacidade de leitura das conjunturas e estruturas – e, a partir daí, dialogar com o movimento das circunstâncias. Mostrou ao longo da sua carreira política a compreensão dos conceitos de “fortuna” (circunstâncias) e “virtú” (liderança) de Maquiavel.
Tendo feito este reposicionamento político, ele sinaliza que vai dialogar com o grupo político de oposição ao grupo político liderado pelo governador Renato Casagrande (PSB), que tem o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) como pré-candidato a governador.
Ou seja, deverá compor o grupo liderado pelo prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), hoje pré-candidato a governador.
Estão em processo de formação e consolidação duas grandes coalizões políticas que vão se enfrentar. Eis o busílis das eleições de 2026 no Espírito Santo.
Por enquanto, esse parece ser o formato da transição política em curso no Estado, tendo em vista que o governador Casagrande não pode mais tentar a reeleição.
Neste momento, formam-se grupos que “misturam” os caciques mais antigos (Hartung, Casagrande, Ricardo Ferraço e Sergio Vidigal) e as lideranças emergentes (Pazolini, Arnaldinho Borgo, Euclério Sampaio, Evair de Melo, Marcelo Santos, Josias da Vitória, Erick Musso e Aridelmo Teixeira).
Qual será a resultante? Não sabemos. Nem com bola de cristal.
Mas é possível vislumbrar que a entrada de Paulo Hartung no processo político vai ter efeito pertinente. No xadrez da política, Hartung trabalha sempre para ser “dedo” e não para ser “pedra”.
Fontes que fui ouvir me dizem que, perguntado se vai ser candidato, Hartung responde que pode ser candidato “até a deputado federal”, mas também tergiversa e diz que “pode não ser candidato a nada”. Fontes que ouviram Gilberto Kassab, CEO do PSD, dizem que Kassab tem preferência por candidaturas a deputado federal ou a senador.
Intuo também que Paulo está atento à política capixaba. Mas está também olhando para a política nacional. Fontes nacionais da imprensa especulam que Paulo Hartung poderia ser convidado para ministro de um eventual governo de Tarcísio de Freitas, se este for candidato a presidente do Brasil.
No Espírito Santo, supondo que Hartung se filia ao PSD nesta segunda-feira, o que já é possível dizer é: “o fator Paulo Hartung vem aí”.
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