É Fisioterapeuta, acupunturista e especialista em avaliação e tratamento de dor crônica pela USP. Entende a saúde como um estado de equilíbrio para lidar com as adversidades da vida de forma mais harmônica

O cansaço extremo da fase pós Covid-19

Até 10% das pessoas que se recuperaram da doença podem ter essas queixas reunidas na pouco conhecida Síndrome da Fadiga Pós-viral, que possui características inflamatórias sistêmicas

Publicado em 14/09/2020 às 09h00
Atualizado em 14/09/2020 às 09h01
Mulher cansada. O cansaço e a fadiga é característica a Síndrome da Fadiga Pós-viral, pós Covid-19
O cansaço e a fadiga são características da Síndrome da Fadiga Pós-viral. Crédito: Shutterstock

Meses se passaram desde o início da pandemia do coronavírus. Com o avanço da disseminação da enfermidade, passamos a observar que os pacientes que contraíram e sobreviveram à doença estão ainda expostos a uma possibilidade de sintomas ainda mal compreendidos.

Os relatos de pacientes que sofreram com a infecção da Covid-19 mostram que entre os sintomas pós-doença estão a fadiga, o cansaço extremo, problemas de memória  e dor nos membros e de cabeça. Aliás, essas queixas têm aumentado muito, chamando a atenção dos profissionais da saúde, já que o incômodo pode durar meses. Até 10% das pessoas que se recuperaram da Covid-19 podem ter essas queixas reunidas na pouco conhecida Síndrome da Fadiga Pós-viral, que possui características inflamatórias sistêmicas.

Para garantir um bom progresso e recuperação, é importante estar em acompanhamento com um profissional especializado que possa lançar mão de estratégias de gerenciamento em reabilitação. Sabendo que manter-se o mais ativo possível pode ajudar nesta condição, é interessante tentar alternar períodos de descanso com pequenos gestos como, por exemplo, sentar e levantar, dar passos sem sair do lugar, subir degraus, fazer flexão de braços na parede, respirações profundas e lentas.

Retomar as atividades diárias aos poucos deve ser uma meta a ser atingida e deve respeitar o equilíbrio entre estar ativo e em repouso. Uma reabilitação bem planejada com fisioterapeuta e equipe em saúde deve ser a prioridade para resgatar a funcionalidade após a infecção.

Aqueles que não se expuseram ao vírus não estão imunes ao cansaço. Rotinas extensas em home office, além da preocupação com crise e a falta de trabalho também afetam demais a saúde, tanto física quanto mental. Assim como a falta de momentos de lazer e de práticas de atividade física e da redução das atividades sociais. Isso sem falar na organização do lar como ambiente de trabalho, estudo e entretenimento. Enfim, estão todos esgotados e lidando da melhor forma com o vírus e sua ameaça.

Para suportar a fadiga, seja advinda da infecção viral, seja da experiência em se adaptar ao isolamento e os riscos impostos pela pandemia, é importante ter pensamento e ações flexíveis, entender o momento e se adaptar. A capacidade de adaptação inclui iniciar um movimento, do mais simples ao mais complexo, uma dose de cada vez, gradualmente. O saldo da pandemia, inevitavelmente será sobre aprender a respirar. Já respirou conscientemente hoje?

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