O Espírito Santo tem potencial para se tornar um dos principais hubs de produção industrial de baixo carbono do Brasil. Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo também se destacam. A constatação é da Plataforma Interativa de Descarbonização (PID), desenvolvido pelo Instituto E+ Transição Energética em parceria com o Net Zero Industrial Policy Lab, da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos. Para chegar à conclusão, a plataforma observa dados estratégicos sobre infraestrutura, recursos energéticos, emissões e indústrias para apoiar o desenvolvimento de projetos industriais de baixo carbono.
“A PID mostra que o Espírito Santo dispõe de uma logística privilegiada para integrar cadeias produtivas de baixo carbono. As conexões com outras regiões do país facilitam a movimentação de insumos e produtos para o mercado interno e para a exportação”, destaca Marina Almeida, especialista do Instituto E+ Transição Energética e uma das responsáveis pela plataforma.
O grande parque industrial de mineração e siderurgia do Estado, intensivo no uso de energia, atrai a atenção de investidores em transição energética - hidrogênio de baixas emissões e biomassa. O complexo portuário, por sua vez, favorece a exportação de insumos verdes. "O objetivo da PID é estimular o powershoring (realocação de indústrias intensivas em energia para países que possuem fontes de energia renovável e de baixo custo) no Brasil, um movimento estratégico não só para a descarbonização da indústria brasileira, mas também para a transição energética global", explica Rosana Santos, diretora executiva do Instituto E+.
A plataforma disponibiliza as informações em mapas dos estados brasileiros. A ideia é que essas funcionalidades auxiliem investidores, industriais, governantes e acadêmicos no planejamento e análise de investimentos públicos e privados de descarbonização de atividades produtivas ou instalação de novas indústrias de baixo carbono.
“Entidades governamentais podem usar a PID como ponto de partida para uma agenda de regionalização da neoindustrialização, orientando onde priorizar incentivos e investimentos com base em dados concretos sobre energia limpa, infraestrutura e cadeias produtivas. Pesquisadores, por sua vez, podem acessar a plataforma, que é aberta, para iniciar estudos que ofereçam subsídios técnicos a gestores públicos”, explica Renato H. de Gaspi, pesquisador associado sênior do Net Zero Industrial Policy Lab.
A plataforma foi desenvolvida com base em informações do IDE SISEMA (MG), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Mapbiomas e Agência Internacional de Energia e será constantemente atualizada com novos dados.
Vários investidores avaliam fazer aportes no Espírito Santo observando a transição energética. Há projetos de energia solar, hidrogênio verde, eólica offshore e também de captura, transporte e armazenamento de carbono (CCS). A localização geográfica e a infraestrutura logística são dois dos ativos capixabas mais bem avaliados.
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