
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, esteve, nesta quarta-feira (16), em Vitória, para a assinatura da renovação do contrato de distribuição de energia elétrica no Espírito Santo com a portuguesa EDP por mais 30 anos. Para uma plateia, no Palácio Anchieta, que reunia grandes executivos e empresários do Estado ele garantiu uma maior oferta de gás natural a preços competitivos, demanda antiga principalmente da indústria.
"A MP (medida provisória) publicada no final da semana passada (dia 11) vai destravar muita coisa. Vamos conseguir reduzir o preço do gás para a indústria. Hoje, a PPSA (estatal Pré-sal Petróleo, vinculada ao Ministério de Minas e Energia) vende a molécula de gás por US$ 2 e essa mesma molécula chega ao mercado a US$ 11. A MP vai permitir que a PPSA faça o leilão, o preço vai ficar entre US$ 5 e US$ 7", disse Silveira. A ideia é fazer a primeira operação no novo modelo ainda em 2025. "O Espírito é muito importante nesse pacote, afinal, tem enormes indústrias com potencial para consumir gás, tem um importante parque produtor e possui infraestrutura de distribuição".
A declaração se dá em um contexto em que as maiores indústrias do Espírito Santo - Vale, Samarco, ArcelorMittal e Suzano - se queixam do preço do gás praticado no Estado. O governador, Renato Casagrande, que foi procurado recentemente pelas empresas e pela Federação das Indústrias do Espírito Santo, disse que é preciso encontrar uma saída para logo. "Não sei qual será o volume disponibilizado, mas a informação trazida pelo ministro é muito importante. Representantes da indústria estiveram comigo no Palácio Anchieta e todos estão preocupados com o preço do gás natural, está acima do praticado nas outras fontes, como carvão e petróleo. A redução do preço da molécula, que é o componente principal da tarifa, é muito importante".
A tarifa do gás natural no Espírito Santo, que é distribuído pela concessionária ES Gás, será reajustada a partir de 1º de agosto. Em entrevista à coluna, Paulo Baraona, presidente da Findes, se mostrou preocupado com o cenário. "O gás natural é um combustível de transição dentro do processo de descarbonização. É chamado assim porque, embora seja de origem fóssil, polui menos do que carvão e petróleo. A questão é que as empresas brasileiras já pagam mais caro do que a maioria de seus concorrentes e o gás também é mais caro que os demais combustíveis fósseis. A conta não está ficando de pé. Há um esforço pela descarbonização, mas tem de haver viabilidade econômica, sob pena de termos um retrocesso".
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