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Incaper e Climatempo negam 'cauda de ciclone', mas preveem mais chuva no ES

Incaper e Climatempo negam 'cauda de ciclone', mas preveem mais chuva no ES

Enquanto a Defesa Civil afirma que o Estado está sofrendo influência de uma cauda de ciclone subtropical, o Climatempo e o Incaper não reconhecem impactos de ciclone

Publicado em 7 de dezembro de 2022 às 20:14

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Chuva no ES: mau tempo continua até o fim de semana
Chuva no ES: mau tempo continua até o fim de semana. (Ricardo Medeiros)

Depois de uma semana de chuvas intensas que provocaram inundações em vários municípios capixabas e deixaram mais de 4 mil fora de casa, há previsão de mais precipitações nos próximos dias. Que vai chover os institutos de meteorologia até concordam, a diferença é que há divergência no fenômeno que pode atingir o Espírito Santo.

Enquanto a Defesa Civil afirma que o Estado está sofrendo influência de uma "cauda de ciclone" subtropical, o Climatempo e o Incaper não reconhecem impactos de ciclone nas suas previsões. 

Até a manhã desta quinta-feira (8) o Espírito Santo está sob alerta de chuvas intensas, com acúmulo de até 100 mm por dia e ventos intensos que podem chegar até 100 km/h, emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Para a Defesa Civil Estadual, que faz análises meteorológicas no Centro de Inteligência, o Estado está sofrendo influência de uma cauda de ciclone subtropical que aumenta a instabilidade sobre o estado, o que pode trazer pancadas de chuva que podem chegar a ser de moderada a forte intensidade em pontos isolados.

Incaper e Climatempo negam 'cauda de ciclone', mas preveem mais chuva no ES

Já o Climatempo afirma que o Espírito Santo está sob o efeito de um "cavado atmosférico" e não reconhece o termo cauda de ciclone usado pela Defesa Civil. E informou que até o momento, a equipe de meteorologistas não está considerando a formação de um ciclone subtropical nos próximos dias.

Segundo Josélia Pegorim, meteorologista do Climatempo, o que está ocorrendo é uma área de baixa pressão atmosférica que se movimenta próxima à costa de São Paulo nas próximas 48 horas. A baixa pressão atmosférica fica sobre o mar e é uma região onde os ventos giram no sentido horário, fazendo um círculo completo, de 360 graus.

“A circulação horária da baixa pressão atmosférica que está sobre o mar reflete no interior do continente e gera uma circulação de ventos também com tendência ciclônica (sentido horário), mas sem fazer o círculo completo. Esta circulação ciclônica que não se fecha é chamada de cavado atmosférico”, explica Josélia, que acrescenta que cavados e baixas pressões atmosféricas ajudam a formar nuvens de chuva.

Por sua vez, a previsão da meteorologia do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) é que deve sim chover, mas de forma fraca nos próximos dias, devido a um canal de umidade que está posicionado sobre o Espírito Santo, segundo informou o meteorologista Hugo Ramos. Ele disse ainda que a Marinha costuma repassar avisos de ciclones, mas nada foi recebido pela equipe a respeito do fenômeno.

O que diz a Defesa Civil

A Defesa Civil do Espírito Santo, que tem um Centro de Inteligência que monitora fenômenos climáticos, publicou no seu último boletim desta quarta-feira (6) que o Espírito Santo está sob efeito de uma cauda de ciclone subtropical, o que aumenta a instabilidade sobre o estado a partir desta quarta-feira (7).

Mesmo o termo não sendo considerado usual por meteorologistas do Climatempo e do Incaper consultados pela reportagem, a Defesa Civil explica que a cauda de ciclone subtropical é o prolongamento do próprio ciclone, mas não a parte central, chamada de cabeça do ciclone.

“Esta parte se encontra, atualmente, em alto-mar, na região do Rio Grande do Sul. Na parte central do ciclone, são observados ventos mais fortes. Na cauda, que está influenciando as condições climáticas do Espírito Santo, também ocorrem condições que ocasionam tempo severo, com ocorrência de trovoadas, vendavais localizados e granizo, também de forma localizada”, explica a Defesa Civil, que afirmou também contar com meteorologistas no centro.

O Inmet também foi procurado para detalhar a sua previsão, mas ainda não deu retorno.

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