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Publicado em 2 de novembro de 2025 às 08:20
Lembrada comumente pelo Dia de Finados, 2 de novembro também é uma data importante para a Capital do Espírito Santo por outros motivos. Foi neste ponto do calendário, no ano 1823, que a então Villa de Nossa Senhora da Vitória passou a ser considerada "cidade", por determinação do imperador D. Pedro I. >
Além da ordem de elevação, a Carta Imperial determinou uma confraternização um tanto inusitada – pelo menos, para quem vive atualmente. Foi ordenado que as casas fossem iluminadas por três noites consecutivas, o que exigiu um certo esforço dos moradores, visto que a iluminação, na época, era feita com querosene e velas.>
Essa prática, que era um costume adotado sobretudo em coroações e proclamações do século XIX, buscava simbolizar prosperidade e lealdade à Coroa, e mesmo com as dificuldades, acabou acontecendo, segundo consta nos registros oficiais.>
Iluminação à parte, a história de Vitória começou bem antes dessa comemoração pitoresca, com a chegada dos colonizadores portugueses, que tomaram posse das terras capixabas em 1535, começando pela Prainha, em Vila Velha.>
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Dezesseis anos depois, a busca por proteção contra os ataques de indígenas goitacazes fez com que os portugueses trocassem o continente por uma ilha, que seria nomeada Villa de Nossa Senhora da Victoria, em 8 de setembro daquele 1551, após conseguirem vencer a batalha contra tribos da região. E é nesta data que se comemora o aniversário de Vitória, mesmo que, efetivamente, ela só tenha sido elevada a cidade alguns séculos mais tarde. >
O documento original da ordem de elevação, escrito há 202 anos, inclusive, continua preservado no Arquivo Público Municipal. Em uma transcrição em linguagem mais atual, pode ser lido desta forma:>
Proclamação da Elevação da Vila de Vitória à Categoria de Cidade (1823)
Francisco Coelho de Aguiar, Juiz Presidente da Câmara, e mais oficiais que servimos este presente ano nesta cidade de Vitória,
Fazemos saber aos que este edital virem que Sua Majestade Imperial, o Senhor Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Império do Brasil, foi servido elevar esta vila à categoria de cidade, como se faz público pela Provisão e Carta Imperial de teor seguinte:
Provisão - Carta Imperial
Para que chegue ao conhecimento de todos e ninguém alegue ignorância, e para que deem um demonstrativo de alegria e contentamento, ordena-se que se iluminem as casas por três noites sucessivas, tendo início na data deste documento. Mandamos passar o presente, que, depois de publicado, será registrado no livro de semelhantes.
Dado e passado pelo Juiz Presidente (equivalia ao de prefeito nas primeiras décadas do Império), assinado nesta cidade de Vitória, aos dois dias do mês de novembro do ano de mil oitocentos e vinte e três.
Eu, Severo Xavier de Araújo, escrivão da Câmara, o escrevi.
Francisco Coelho de Aguiar
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