Publicado em 7 de novembro de 2024 às 18:57
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (7) que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tem de pensar como um habitante do mundo, quando questionado sobre a possibilidade de o republicano deixar o Acordo de Paris.>
"Acredito que o presidente Trump tem de pensar como um habitante da planeta Terra. E se ele pensa como o governante do país mais importante, mais rico do mundo, que tem mais tecnologia e que é melhor preparado do ponto de vista bélico, ele tem de ter a noção de que os Estados Unidos estão no mesmo planeta que eu estou – e que uma ilha de 300 mil habitantes", disse.>
O presidente afirmou ainda que todos precisam se responsabilizar pelo planeta e que é preciso garantir que não aumente a temperatura em 1,5°C, limite estabelecido no Acordo de Paris.>
"Nós precisamos garantir que os rios continuem saudáveis, com águas limpas. Então, nós precisamos garantir que os biomas de todos os países devem ser preservados. Então, esse é um compromisso que eu tenho, não somente como presidente do Brasil – como ser humano que mora em um planeta chamado Terra, e que não existe outro lugar para morar, somente Terra", afirmou.>
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Lula deu a declaração em entrevista para a CNN Internacional. A íntegra vai ao ar nesta sexta-feira (8), mas a emissora divulgou um pequeno trecho da gravação previamente.>
Em seu primeiro mandato, Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, compromisso internacional firmado em 2015 para limitar o aquecimento global. O país voltou a integrar o acordo em 2021, durante o governo do democrata Joe Biden.>
Ao ser questionada sobre o mesmo assunto, no dia anterior, a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) disse que o mundo vai trabalhar para que não haja nenhum tipo de retrocesso na área ambiental, com o início do segundo mandato de Trump.>
Disse que há atualmente uma governança global robusta na área ambiental. Acrescentou que mesmo em períodos com líderes mais refratários à pauta ambiental, como nos anos do governo de George W. Bush, houve avanços nos acordos referentes ao clima.>
"Estamos trabalhando com todo afinco e, obviamente, o mundo vai buscar que nenhum país promova qualquer tipo de retrocesso. Nós estamos trabalhando para evitar o ponto de não retorno em relação ao clima. Mas nós queremos que não haja qualquer retrocesso, qualquer retorno ao passado daquilo que nós já avançamos em relação aos compromissos e à governança climática global", afirmou.>
Marina ainda acrescentou que os Estados Unidos, como segundo maior emissor de gases na atmosfera (atrás apenas da China), têm responsabilidades que precisam ser cumpridas.>
"Os demais países vão ter que trabalhar dobrado por um país que eventualmente não queira fazer a sua parte?", questionou a ministra, ao ser perguntada diretamente sobre o impacto da eleição de Trump na luta contra a mudança climática.>
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