Publicado em 6 de outubro de 2025 às 14:59
BRASÍLIA - O presidente americano Donald Trump não citou o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no telefonema desta segunda-feira (6), de cerca de 30 minutos, com o presidente Lula (PT). O julgamento de Bolsonaro foi um dos argumentos usados pelo governo dos EUA para aplicação de sanções contra o Brasil.>
Na conversa, Lula pediu a Trump a retirada do tarifaço imposto pelo republicano ao Brasil. O petista também solicitou que Trump suspenda "medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras" – o republicano cassou vistos de auxiliares de Lula e autorizou sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).>
Moraes também não foi nominalmente citado, segundo testemunhas da conversa. Ainda segundo relatos, a conversa transcorreu de forma descontraída. Lula chegou a dizer que não tinha inimigos. Em resposta, Trump disse que os tem.>
Como prova de sua disposição ao diálogo, Lula lembrou que, em seus primeiros governos, manteve bom relacionamento com o ex-presidente americano George W. Bush, republicano como Trump. >
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No final da conversa, os dois presidentes trocaram seus números de telefone para que possam se falar sem intermediários. No telefonema, Trump e Lula falaram até do vigor físico.>
Já de início, Lula comentou estar prestes a completar 80 anos, sendo seis meses mais velho que Trump. O presidente americano disse ter vigor de 40 anos, segundo relatos. Lula, por sua vez, afirmou ser movido por uma causa.>
Como informou Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, o republicano disse que o encontro que tiveram na Assembleia Geral da ONU, no mês passado, foi uma das "poucas coisas boas" que aconteceram a ele no evento. No telefonema desta segunda-feira (6), Trump voltou da se queixar dos problemas técnicos enfrentados durante seu discurso, como do teleprompter.>
Crítico da ONU, Trump reclamou, em seu discurso na Assembleia, até mesmo da escada rolante, que não funcionou quando ele e a primeira-dama dos EUA, Melania Trump, tiveram que usá-la.>
Ainda segundo relatos, Lula pediu que as sanções fossem suspensas para que possam negociar a partir do zero. O americano teria respondido que submeterá a proposta a seu secretariado.>
De acordo com comunicado do Palácio do Planalto, Trump escalou seu secretário de Estado, Marco Rubio, para dar sequência às negociações com autoridades brasileiras sobre o tema. Ambos líderes concordaram ainda em realizar uma reunião presencial em breve, e Lula sugeriu a cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), no final de outubro na Malásia, como uma opção.>
Ainda segundo o comunicado, Lula se colocou à disposição para viajar aos Estados Unidos e encontrar-se com Trump.>
"O presidente Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda Fernando Haddad. Ambos os líderes acordaram encontrar-se pessoalmente em breve. O presidente Lula aventou a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterou convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA); e também se dispôs a viajar aos Estados Unidos", afirmou o Palácio do Planalto.>
A nota do governo descreve que a conversa telefônica durou 30 minutos e ocorreu "em tom amistoso". Lula e Trump "relembraram a boa química que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU", diz o Planalto.>
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