Publicado em 26 de agosto de 2022 às 21:53
BRASÍLIA - A candidata à Presidência da República Simone Tebet (MDB) afirmou nesta sexta-feira (26) que a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual mandatário Jair Bolsonaro (PL) está "levando o país para o abismo". A senadora ainda culpou a polarização pela falta de apoio a sua candidatura e afirmou que alguns integrantes de seu partido foram cooptados>
Tebet participou da sabatina do Jornal Nacional, da Rede Globo. Ela foi a última dos candidatos a participar do programa. Antes dela, foram entrevistados Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).>
A Rede Globo convidou para as sabatinas os cinco melhores colocados na pesquisa Datafolha divulgada no fim de julho. André Janones (Avante), no entanto, deixou a corrida presidencial.>
A senadora foi questionada durante a sabatina por que não conseguiu unir o MDB em torno de sua candidatura, com alas apoiando seus rivais na disputa. Então culpou a polarização e falou que alguns de seus companheiros foram cooptados.>
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"Estamos diante de uma polarização, política e ideológica que está levando o país para o abismo [...] Polarização que faz com que alguns companheiros [do MDB] sejam cooptados", afirmou.>
Simone Tebet também buscou se diferenciar de outros integrantes do MDB que foram acusados e condenados por corrupção. Afirmou que seu partido é "muito maior que meia dúzia de políticos e seus caciques". Também disse que o MDB não é mais um partido fisiológico.>
Simone Tebet também ressaltou o fato de ser uma candidata mulher e que por isso terá um outro olhar para governar o país. "A presidente que vai estar governando o Brasil não é a senadora, não é a deputada, que foi prefeita. É a alma da mulher e coração de mãe".>
Tebet também disse que atualmente mulheres não votam em mulheres porque ainda desconhecem os quadros que disputam as eleições. >
"A mulher vota em mulher, se souber que tem uma mulher competitiva, corajosa, que trabalha", afirmou a parlamentar, acrescentando que a situação das mulheres na política vai mudar quando 30% das executivas partidárias estiver nas mãos de mulheres.>
"Não é só do meu partido, são de todos os partidos. Eles só cumprem a cota [de candidatas mulheres]", afirmou a senadora, que chamou a disparidade de gênero de "violência política".>
Ainda sobre o tema, ela foi perguntada por que não conseguiu envolver o MDB num projeto de maior igualdade de gênero nas candidaturas. "É uma escada, tudo na vida da gente é difícil. Como é difícil ser mulher na iniciativa privada, que dirá na vida pública", disse Simone, que defendeu seu partido.>
"Estou diante de um partido que saiu na vanguarda que decidiu lançar neste mais difícil no Brasil uma mulher candidata a presidente da República".>
Tebet ainda destacou proposta de igualdade salarial entre homens e mulheres.>
A candidata do MDB também voltou a defender um programa de transferência de renda permanente, com o valor de R$ 600. No entanto, reconheceu que isso só vai ser alcançado se sua gestão furar o teto dos gastos, em torno de R$ 60 bilhões.>
Simone Tebet também defendeu a taxação de lucros e dividendos. Disse que será preciso abrir mais espaço para a classe média e a única forma de realizar isso seria "pedir aos mais ricos".>
Simone Tebet entrou na disputa como candidata do bloco chamado terceira via, para tentar romper a polarização entre Lula e Bolsonaro. Seu nome foi endossado pelo seu partido e também pela federação PSDB-Cidadania. Os tucanos indicaram a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) para o posto de vice na chapa. A coligação depois ganhou a adesão do Podemos.>
A candidata vem enfrentando dificuldades para crescer nas pesquisas. Levantamento do Datafolha, divulgado no dia 18, mostra que ela permanece estagnada com 2% das intenções de votos. Está atrás de Lula (47%), Bolsonaro (32%) e Ciro Gomes (7%).>
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