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TCU reforça não ser autor de relatório de número de mortes por Covid

TCU reforça não ser autor de relatório de número de mortes por Covid

Em nota divulgada nesta terça-feira (08), a Corte negou autoria de qualquer documento sobre o assunto e voltou a desmentir o presidente de que há informações no Tribunal

Publicado em 8 de junho de 2021 às 14:44

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Tribunal de Contas da União (TCU) em Brasília
Tribunal de Contas da União (TCU) em Brasília. (Alan Marques/Folhapress)

O Tribunal de Contas da União (TCU) voltou a negar as afirmações do presidente Jair Bolsonaro de que órgão tenha mostrado uma supernotificação de casos de Covid-19 em processos para que governadores obtivessem mais recursos para o combate à doença. Em nota divulgada nesta terça-feira (08), a Corte negou autoria de qualquer documento sobre o assunto e voltou a desmentir o presidente de que há informações no Tribunal de que em torno da metade dos óbitos registrados por Covid-19 no País em 2020 não ocorreu pelo novo coronavírus.

O órgão informou que um dos processos (o TC 014.575/2020-5) acompanha medidas adotadas pelo Ministério da Saúde e traz informações consolidadas sobre a atuação da Pasta, além de dados gerais sobre a pandemia. O relator deste processo, ministro Benjamin Zymler, apresentou voto e relatório referentes ao 5º ciclo do acompanhamento, na sessão plenária do dia 14/4/2021. "Ao longo da sessão, houve pedido de vista dos ministros Augusto Nardes e Jorge Oliveira. Por esse motivo, o processo não foi apreciado e não houve decisão do Plenário sobre esse ciclo."

Pela manhã, Bolsonaro admitiu que dados atribuídos por ele ontem ao TCU, sobre possível supernotificação de casos de Covid-19, não são de autoria da Corte. No entanto, o presidente sustentou que errou apenas ao dizer que havia uma tabela sobre os dados e "que o certo é um acórdão" sobre o tema. Bolsonaro insistiu haver indício "enorme de supernotificação" sobre mortes de Covid-19 no País e que TCU apontou que isso poderia ocorrer para governadores obterem recursos.

O "acórdão" citado por Bolsonaro é apenas parte do processo citado pelo órgão de controle. No relatório de acompanhamento, que não foi votado após o pedido de vista, é pedido que o Ministério da Saúde tenha ciência que critérios de transferência de recursos para enfrentamento da pandemia de Covid-19 "não foram apresentados de modo a suficientemente indicar como foi feito o rateio de recursos entre os diversos entes subnacionais, o que impossibilita o controle social sobre as transferências e afronta as diretrizes constantes".

O texto sugere ainda ao Ministério da Saúde que "utilizar a incidência de Covid-19 como critério para transferência de recursos, com base em dados declarados pelas Secretarias Estaduais de Saúde, pode incentivar a supernotificação do número de casos da doença, devendo, na medida do possível, serem confirmados os dados apresentados pelos entes subnacionais", completa o documento.

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