Publicado em 29 de julho de 2021 às 17:46
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, voltou a fazer críticas ao voto impresso nesta quinta-feira (29) e disse que o discurso de que "se eu perder, houve fraude, é um discurso de quem não aceita a democracia". >
Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem feito ameaças contra o processo democrático brasileiro e, sem apresentar nenhuma prova, afirmou que há fraude eleitoral no TSE.>
Nesta noite, Bolsonaro promete fazer uma exposição para apresentar provas de que há "várias inconsistências" nas eleições e nas urnas eletrônicas.>
Sem citar o presidente, Barroso afirmou que não há fraudes no processo eleitoral brasileiro desde 1996, quando as urnas eletrônicas começaram a ser utilizadas.>
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"Em 2014, o candidato derrotado pediu a auditoria do sistema, foi feita a auditoria e o próprio partido do candidato foi convencido que não houve fraude", lembrou, se referindo a Aécio Neves (PSDB), que perdeu as eleições daquele ano por uma diferença de cerca de 3,5 milhões de votos para Dilma Rousseff (PT).>
Durante inauguração do TRE-AC (Tribunal Regional Eleitoral do Acre), Barroso também criticou a PEC (proposta de emenda à Constituição) do voto impresso, que tramita na Câmara dos Deputados. Para o presidente do TSE, a mudança, caso ocorra, "será para pior".>
Segundo ele, a impressão do voto resultará em fraudes, problemas na recontagem e colocará em risco a segurança do sistema e o sigilo do voto.>
"O voto impresso não é mecanismo de auditoria do voto eletrônico pela singela razão de que o voto impresso é menos seguro do que o voto eletrônico. Você não cria um objeto de auditoria menos seguro do que o objeto que está sendo auditado", disse.>
O presidente do TSE tem sido alvo de ataques por se posicionar contra a proposta. Durante conversa com apoiadores no início deste mês, Bolsonaro chegou a chamá-lo de "idiota" e "imbecil".>
No discurso desta quinta, Barroso argumentou que "uma causa que precise de ódio, de mentira, de desinformação, de agressividade, de grosseria, não pode ser uma causa boa".>
Em outro momento, ele defendeu a democracia e disse não ser dono da verdade, mas ressaltou que "a mentira deliberada tem dono e essa precisa ser adequadamente denunciada".>
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