Publicado em 7 de julho de 2021 às 14:48
Em depoimento à CPI da Covid, o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias afirmou que não caberia ao seu departamento da pasta o levantamento de preço de vacinas contra a covid-19. Como revelou o Estadão/Broadcast, o governo de Jair Bolsonaro fechou contrato para a compra da vacina indiana Covaxin por um preço 50% mais alto do que o valor inicial da oferta, de US$ 10 por dose. Ferreira Dias destacou que a verificação de valores cabia à Secretaria Executiva da pasta, então comandada por Elcio Franco. >
A reportagem do Estadão/Broadcast foi citada pelo relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL). O senador destacou a revelação de um despacho do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis (DEIDT), do Ministério da Saúde. No documento, o departamento advertiu sobre a necessidade legal de realização de estimativa de preços, e sugeriu ao Departamento de Logística que avaliasse a possibilidade de realizar negociação com o fornecedor. O DLOG, porém, não seguiu essa orientação, o que foi destacado no relatório do Tribunal de Contas da União (TCU).>
"Existe uma premissa equivocada, está sendo atribuído como verdade absoluta despacho do Departamento de Imunização", respondeu Ferreira Dias. "No caso de vacinas covid-9, preço já teria sido aferido pela secretaria executiva, Departamento de Logística não participa de nenhuma negociação, execução", continuou o ex-diretor do ministério, que ainda disse não ter informações sobre o motivo do valor da Covaxin ter aumentado 50%.>
"Essa pergunta faz todo sentido, mas deve ser feita a quem negociou as vacinas", disse Ferreira Dias, citando novamente a Secretaria Executiva. Como mostrou o Estadão/Broadcast, Elcio Franco ordenou que fossem concentradas nele todas as tratativas para negociações de imunizantes contra a covid-19 um mês antes da assinatura do contrato para a compra da vacina indiana Covaxin. Em 29 de janeiro, o número 2 da gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello enviou ofício a 16 secretarias e diretorias do ministério, dando ciência sobre a concentração das ações.>
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