> >
Polícia Civil gaúcha faz operação contra a 'máfia das próteses'

Polícia Civil gaúcha faz operação contra a "máfia das próteses"

Médico ortopedista é suspeito de lavagem de dinheiro e fraude em cirurgias no RS

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 17:30

Policiais Civis vasculham documentos na casa do suspeito Crédito: Divulgação/Polícia Civil RS

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul desencadeou, nesta terça-feira (27) mais uma ação contra a “máfia das próteses” que age no estado. Denominada “Operação Segundo Round”, a ação cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre e Canoas, na Região Metropolitana, tem como alvo o médico ortopedista Fernando Sanchis, a mulher dele, o irmão dela e uma amiga do casal.

Os agentes vasculharam o apartamento do casal em busca de documentos, computadores e celulares que possam comprovar o crime de estelionato. De acordo com as investigações, o médico e a mulher são suspeitos de usarem os nomes das outras duas pessoas para abrir a empresa ligada ao comércio de artigos para bebês e o dinheiro usado para o negócio seria fruto do crime de estelionato, conhecido como “máfia das próteses”.

Em entrevista coletiva, o delegado Filipe Borges Bringhent disse que foi determinado o sequestro de 20 imóveis e oito veículos, além do bloqueio de contas bancárias de todos os investigados.

As investigações foram realizadas durante cerca de um ano. A ação é realizada em conjunto como o Ministério Público do Rio Grande do Sul. Segundo a polícia, o bloqueio de bens, avaliado em cerca de R$ 20 milhões, tem o objetivo de garantir o ressarcimento de vítimas.

Conforme a polícia, o esquema do grupo consistia no encaminhamento de pacientes para escritórios de advocacia. Depois de esperar anos na fila do Sistema Único de Saúde (SUS), pacientes procuravam os hospitais para uma consulta. Os médicos então os encaminhavam para os escritórios com documentos falsos e orçamentos de cirurgia superfaturados. Assim, conseguiam pedidos de liminar para obrigar o governo a bancar os procedimentos.

Segundo o delegado Filipe Borges Bringhenti, após aproximadamente um ano de trabalho, que contou com constante apoio do Ministério Público gaúcho, a investigação da DRLD revelou que o principal investigado “esquentava” o dinheiro, ganho em prejuízo do Instituto de Previdência do Estado, planos de saúde e inúmeras vítimas que foram ludibriadas a realizarem procedimentos cirúrgicos em tese, desnecessários, utilizando-se de estabelecimentos comerciais do ramo de artigos para bebês e crianças.

"Na investigação atual, testemunhas com atuação no mesmo ramo (artigos para bebês e crianças) revelaram que o mercado se encontra em crise. No entanto, as lojas da organização vinham recebendo cada vez mais investimentos, o que culminou com a abertura de outros dois estabelecimentos semelhantes. O motivo desse descompasso é simples: o objetivo com a abertura das lojas não é o lucro, embora este seja desejado. O que se busca é justificar, de forma fictícia e simulada, o faturamento de valores compatíveis com o patrimônio dos investigados." afirmou o delegado.

Este vídeo pode te interessar

  • Viu algum erro?
  • Fale com a redação

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais