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PF mira lavagem de dinheiro do PCC

PF mira lavagem de dinheiro do PCC

Na manhã desta quarta (4), os agentes apreenderam ainda mais 320 quilos de cocaína que estavam em uma carga de madeira que seria exportada para a Espanha

Publicado em 5 de novembro de 2020 às 11:37

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Polícia Federal (PF) realiza uma nova etapa da Operação Ponto Final, no Rio de Janeiro
Durante as investigações, os agentes da PF e da Receita Federal já haviam apreendido 240 quilos de cocaína que seria enviada para a Espanha em um carregamento de papel. (Futura Press/Folhapress)

Polícia Federal desfechou na quarta (4) uma operação para quebrar um dos braços de lavagem de dinheiro usado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior organização criminosa do país. O grupo atingido pela Operação Narcobroker agiria em associação com a facção paulista para enviar drogas para a Europa. De acordo com a PF, a compra e venda de carros de luxo e imóveis, o comércio de bebidas e o investimento em postos de gasolina e até uma pousada foram detectados pelos agentes durante a investigação sobre a organização criminosa.

Na manhã desta quarta (4), os agentes apreenderam ainda mais 320 quilos de cocaína que estavam em uma carga de madeira que seria exportada para a Espanha, onde a organização tinha um representante. Trata-se de um empresário catarinense. Além da droga, os agentes detectaram R$ 100 milhões em bens, como fazendas e imóveis, que serão alvo de sequestro judicial. "Há grandes fazendas compradas pela organização. A Justiça já nomeou administradores para uma pousada em Santa Catarina e dois postos de gasolina", diz Sérgio Stinglin, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF em Curitiba.

Deflagrada ontem, a Operação Narcobroker já havia bloqueado bens avaliados em R$ 40 milhões e detectado a movimentação financeira de R$ 1 bilhão em contas bancárias da organização criminosa entre 2018 e 2020. "Ao todo, acreditamos que os bens sequestrados devem passar de R$ 140 milhões. A maioria do dinheiro lavado pelo grupo tinha como crime antecedente o tráfico de drogas", afirmou o policial. Foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão no Paraná, em São Paulo e em Santa Catarina. Nove acusados tiveram decretada a prisão preventiva e dois a temporária.

De acordo com ele, as investigações da PF derivam de duas outras operações feitas pelo órgão: a The Wall e a Albavírus. O principal alvo era um empresário de Matinhos, no litoral do Paraná, perto de Paranaguá, por onde a droga era exportada. "Ele comprou por R$ 6 milhões uma casa em Santa Felicidade (bairro nobre de Curitiba)", contou o delegado. O imóvel foi um dos sequestrados ontem. Segundo Stinglin, a polícia detectou ações do empresário em que ele comprou dez carros de luxo de uma única operação. Em outra, ele "arrematou todo o estoque de cerveja de uma grande distribuidora para revender ao comércio como forma de lavar dinheiro", afirmou.

Durante as investigações, os agentes da PF e da Receita Federal já haviam apreendido 240 quilos de cocaína que seria enviada para a Espanha em um carregamento de papel. Os federais ainda apreenderam 13 toneladas de erva mate, com as quais - desconfiam os federais - os criminosos pretendiam enviar mais droga para a Europa.

Na Espanha, além do representante do empresário, a polícia sabe que o PCC mantém um representante responsável pela célula do grupo no país. Espanha, Itália e Holanda estariam entre os principais pontos de entrega da droga exportada pela facção criminosa nascida em São Paulo em parceria com criminosos de máfias europeias, como a italiana Ndragheta. "Nosso objetivo é desestruturar a organização, secá-la, deixá-la sem dinheiro", afirmou o delegado.

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