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PF diz que Bolsonaro atuou para desinformar sobre urnas em live

PF diz que Bolsonaro atuou para desinformar sobre urnas em live

Delegada vê atuação direta de presidente na disseminação de desinformação sobre as urnas

Publicado em 17 de dezembro de 2021 às 07:32

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Jair Bolsonaro durante uma de suas lives
Jair Bolsonaro durante uma de suas lives. (Reprodução Facebook)

A Polícia Federal sugere em relatório do inquérito sobre a live de 29 de julho com ataques às urnas eletrônicas que o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja investigado no inquérito das milícias digitais voltada a desacreditar a democracia e as instituições.

O entendimento da investigação é o de que a live é mais um evento promovido pela suposta organização criminosa que ataca as instituições e a democracia e, portanto, deve ser apurado dentro do mesmo procedimento que está em andamento e que recentemente pediu a prisão de Allan dos Santos.

A PF chegou a citar a possibilidade de enquadrar o presidente no crime de difusão de desinformação em veículo de massa, como previa uma mudança na Lei de Segurança Nacional, mas Bolsonaro vetou esse trecho da proposta.

A delegada Denisse Ribeiro afirma que Bolsonaro teve "direta e relevante" na produção de desinformação sobre o sistema eleitoral e aderiu "a um padrão de atuação já empregado por integrantes de governos de outros países". ​

As informações estão em relatório encaminhado a Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), com um resumo do que foi apurado após pedido de instauração do ministro.

Além das milícias digitais, a PF ainda sugeriu o envio do caso para a CGU (Controladoria-Geral da União) e para o MPF (Ministério Público Federal).

No MPF, o objetivo é analisar o possível ato de improbidade administrativa do presidente e de outros integrantes do governo pelo uso da máquina pública para organizar a live e amealhar informações sobre as suspeitas de fraude.

O envio para a CGU, por sua vez, visa analisar se o presidente infringiu alguma norma do código de ética do servidor público ao divulgar informações sabidamente falsas.

A PF ouviu no inquérito o perito Ivo Peixinho, levado por Anderson Torres, ministro da Justiça, a uma reunião com Bolsonaro no Palácio do Planalto dias antes da live.

Além de Torres, Alexandre Ramagem, diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), e Luiz Eduardo Ramos, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, também foram ouvidos.

A investigação aponta que todos sabiam da inexistência de fraudes nas urnas ou provas para sustentar a versão apresentada por Bolsonaro na live e mesmo assim realizaram a transmissão.

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