Publicado em 1 de fevereiro de 2019 às 01:40
O rompimento da barragem da Mina do feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, completa uma semana hoje, com 110 mortes confirmadas e 238 desaparecidos. A represa de rejeitos de minério da Vale estourou atingindo a área administrativa da empresa e um vilarejo.>
Para entender o que houve e como está a situação pós-desastre, o jornal Estadão elencou algumas perguntas e respostas que resumem o que se sabe dos impactos e as punições que estão sendo aplicadas a empresa prisões e multas.>
Além das ações e movimentações para evitar novas tragédias, uma vez que essa é a segunda barragem de rejeitos que estoura num período de pouco mais de três anos em 2015, uma outra represa de lama rompeu em Mariana, também em Minas Gerais.>
Veja abaixo perguntas e respostas sobre a tragédia. (Agência Estado)>
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PERGUNTAS>
Quais são os impactos do rompimento da barragem até o momento?>
A barragem da Vale que se rompeu em Brumadinho tinha cerca de 13 milhões de m3 de rejeitos, que foram despejados sobre a região do Córrego do Feijão, atingindo a área administrativa da empresa, a comunidade da Vila Ferteco e a pousada Nova Estância. A onda de rejeitos chegou até o Rio Paraopeba, a cerca de 8 km da barragem, e começou a se mover em direção ao Rio São Francisco.>
Quais medidas estão sendo tomadas para atender as vítimas?>
Familiares dos desaparecidos se queixam de abandono por parte da empresa e da falta de informação sobre seus parentes. A Vale anunciou uma doação de R$ 100 mil para cada família de vítima e disse que profissionais de saúde do Hospital Albert Einstein foram chamados para ajudar as vítimas.>
Já foram aplicadas punições à Vale?>
A empresa teve R$ 16 bilhões bloqueados pela Justiça e também recebeu uma multa de R$ 250 milhões do Ibama.>
Alguém foi preso?>
Cinco pessoas foram presos na última terça-feira: dois engenheiros da empresa alemã TÜV SÜD, que atestou a estabilidade da barragem, e três funcionários da Vale que estariam envolvidos diretamente no licenciamento da barragem. A Justiça decretou a prisão temporária por 30 dias por suspeita de homicídio qualificado, crime ambiental e falsidade ideológica.>
As causas já foram identificadas?>
A investigação ainda está sendo feita. A perícia só poderá ir ao local do acidente após o término das buscas pelos bombeiros.>
Como é feita a fiscalização dessas barragens?>
As inspeções de segurança são feitas pela própria empresa ou por empresas contratadas por ela, como foi o caso da Vale com a TÜV SÜD. A fiscalização cabe à Agência Nacional de Mineração, que tem apenas 35 fiscais capacitados para atuar nas 790 barragens de rejeitos de minérios, semelhantes às do Córrego do Feijão, em Brumadinho, e à do Fundão, em Mariana, que rompeu em 2015.>
Quais medidas foram tomadas pelo governo e pela Vale para evitar novos acidentes?>
O governo anunciou que órgãos federais fiscalizarão 3.386 barragens que se encontram em alto risco ou têm possibilidade de dano em todo o país. Dessas, 205 são de resíduos de mineração e terão prioridade. A Vale anunciou que vai encerrar as atividades em todas as suas barragens à montante (com degraus com o próprio material de rejeito), em um prazo de três anos. Isso deve reduzir a produção da companhia em 10%.>
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