O rompimento da barragem da Mina do feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, completa uma semana hoje, com 110 mortes confirmadas e 238 desaparecidos. A represa de rejeitos de minério da Vale estourou atingindo a área administrativa da empresa e um vilarejo.
Para entender o que houve e como está a situação pós-desastre, o jornal Estadão elencou algumas perguntas e respostas que resumem o que se sabe dos impactos e as punições que estão sendo aplicadas a empresa prisões e multas.
Além das ações e movimentações para evitar novas tragédias, uma vez que essa é a segunda barragem de rejeitos que estoura num período de pouco mais de três anos em 2015, uma outra represa de lama rompeu em Mariana, também em Minas Gerais.
Veja abaixo perguntas e respostas sobre a tragédia. (Agência Estado)
PERGUNTAS
Quais são os impactos do rompimento da barragem até o momento?
A barragem da Vale que se rompeu em Brumadinho tinha cerca de 13 milhões de m3 de rejeitos, que foram despejados sobre a região do Córrego do Feijão, atingindo a área administrativa da empresa, a comunidade da Vila Ferteco e a pousada Nova Estância. A onda de rejeitos chegou até o Rio Paraopeba, a cerca de 8 km da barragem, e começou a se mover em direção ao Rio São Francisco.
Quais medidas estão sendo tomadas para atender as vítimas?
Familiares dos desaparecidos se queixam de abandono por parte da empresa e da falta de informação sobre seus parentes. A Vale anunciou uma doação de R$ 100 mil para cada família de vítima e disse que profissionais de saúde do Hospital Albert Einstein foram chamados para ajudar as vítimas.
Já foram aplicadas punições à Vale?
A empresa teve R$ 16 bilhões bloqueados pela Justiça e também recebeu uma multa de R$ 250 milhões do Ibama.
Alguém foi preso?
Cinco pessoas foram presos na última terça-feira: dois engenheiros da empresa alemã TÜV SÜD, que atestou a estabilidade da barragem, e três funcionários da Vale que estariam envolvidos diretamente no licenciamento da barragem. A Justiça decretou a prisão temporária por 30 dias por suspeita de homicídio qualificado, crime ambiental e falsidade ideológica.
As causas já foram identificadas?
A investigação ainda está sendo feita. A perícia só poderá ir ao local do acidente após o término das buscas pelos bombeiros.
Como é feita a fiscalização dessas barragens?
As inspeções de segurança são feitas pela própria empresa ou por empresas contratadas por ela, como foi o caso da Vale com a TÜV SÜD. A fiscalização cabe à Agência Nacional de Mineração, que tem apenas 35 fiscais capacitados para atuar nas 790 barragens de rejeitos de minérios, semelhantes às do Córrego do Feijão, em Brumadinho, e à do Fundão, em Mariana, que rompeu em 2015.
Quais medidas foram tomadas pelo governo e pela Vale para evitar novos acidentes?
O governo anunciou que órgãos federais fiscalizarão 3.386 barragens que se encontram em alto risco ou têm possibilidade de dano em todo o país. Dessas, 205 são de resíduos de mineração e terão prioridade. A Vale anunciou que vai encerrar as atividades em todas as suas barragens à montante (com degraus com o próprio material de rejeito), em um prazo de três anos. Isso deve reduzir a produção da companhia em 10%.
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