Publicado em 4 de julho de 2019 às 11:15
Integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) usavam contas bancários de novos membros para movimentar ao menos R$ 280 mil por mês provenientes do tráfico de drogas, segundo a Polícia Civil de São Paulo.>
Os correntistas eram acionados por um líder da quadrilha usando um aplicativo de celular para obter as senhas e fazer a coleta dos valores monetários depositados nas contas desses "laranjas". A polícia suspeita que o esquema operava desde 2013, podendo ter movimentado mais de R$ 15 milhões.>
O criminoso incumbido da coleta, conhecido como Motoboy ou Pablo, foi um dos alvos da Operação Welfare (Bem Estar) nesta quarta-feira, 3, que resultou no cumprimento de 35 mandados de prisão e 46 mandados de busca e apreensão, além de 16 buscas administrativas dentro de celas de presídios do Estado. Outros três mandados de prisão ainda serão cumpridos.>
Conforme o delegado José Carlos de Oliveira Junior, do Departamento de Polícia Judiciária de Presidente Prudente (SP), onde as investigações tiveram início, o Motoboy agendava pelo aplicativo data, hora e endereço para fazer a coleta do dinheiro. "Às vezes, ele fazia contato telefônico, mas sempre de forma resumida, tentando evitar suspeitas por parte da polícia em caso de interceptação telefônica", disse.>
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Quando o valor a ser retirado excedia o limite de saque, o dono da conta ia ao caixa acompanhado pelo "coletor". O criminoso, cuja identidade não foi revelada, é considerado membro importante na hierarquia do PCC. Entre as prisões decretadas estão as de 13 detentos que já estão no sistema prisional.>
No interior das unidades, eles formavam células que cooptavam parentes e visitantes dos detentos para integrar o esquema em troca de favores e ajuda financeira. Conforme o delegado, a "sintonia da ajuda", como são conhecidos os integrantes, ofereciam transporte para parentes dos presos, pagamento de aluguel, despesas médicas e odontológicas, e até a quitação de pequenas dívidas. Em troca, os cooptados, na maioria mulheres, cediam suas contas bancárias para depósitos e transferência do dinheiro da droga.>
As investigações duraram seis meses. Os envolvidos vão responder por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Eles também tiveram os cadastros de pessoa física bloqueados no sistema bancário. Os materiais apreendidos ainda serão analisados e podem resultar em novas prisões. >
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