Publicado em 26 de setembro de 2022 às 14:14
SÃO PAULO - O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, declarou que "nada deterá minha disposição a seguir em frente com o projeto nacional de desenvolvimento" em carta destinada à nação brasileira, lida na manhã desta segunda-feira (26), no comitê da campanha na Zona Oeste de São Paulo.>
"Por mais jogo sujo que pratiquem, eles não me intimidarão", disse ao afirmar que seu nome continua posto como candidato "para livrar nosso país de um presente covarde e de futuro amedrontador".>
A carta foi uma reação ao que chamou de "campanha de intimidação, mentiras e de operações de destruição de imagens" deflagrada pela campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Sou vítima de virulenta campanha nacional e internacional", disse Ciro.>
Estavam presentes o candidato do PDT ao Governo de São Paulo, Elvis Cezar, a mulher de Ciro, Gisele Bezerra, além de integrantes do partido. >
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O candidato do PDT tem sofrido pressão para desistir de sua candidatura por apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sob o argumento de que suas críticas ao petista ajudam a fortalecer o presidente Bolsonaro.>
A campanha petista mirou artilharia para atrair eleitores de Ciro em um movimento a favor do voto útil para viabilizar a vitória no primeiro turno.>
A articulação teve a participação de artistas como os cantores Caetano Veloso e Tico Santa Cruz que haviam declarado apoio a Ciro, mas passaram a afirmar que votarão em Lula no primeiro turno como estratégia para evitar um eventual segundo turno entre o petista e Bolsonaro.>
Integrantes do PDT também se declararam dissidentes da campanha por causa do aumento no tom das críticas ao ex-presidente.>
Na carta, Ciro afirma que esta é a "campanha mais vazia da história" em que "querem eliminar a liberdade das pessoas de votarem, no regime de dois turnos". "Querem privá-las do direito de expressar seus sonhos e de testar a força de suas posições", disse o candidato.>
Ciro criticou a polarização entre Lula e Bolsonaro que produziu, segundo ele, "a campanha mais sem propostas e sem projeto da nossa história recente".>
Lula lidera as pesquisas de intenção de voto e, neste momento, aparece com chances de obter mais de 50% dos votos válidos, o que lhe daria a vitória já no primeiro turno, segundo pesquisa Datafolha mais recente.>
No mesmo texto, Ciro se posicionou como um político que "ousa resistir" e, por isso, é vítima de "máquinas poderosas do lulismo e bolsonarismo que estão conseguindo ludibriar a percepção popular, passando a falsa ideia de que apenas um pode derrotar o outro".>
"Esse rito suicida tem o incentivo comodista e covarde de setores da mídia e da inteligência ", continua a carta.>
Empenhado na estratégia de se posicionar como opositor de Lula, Ciro tem sido alvo de memes nas redes sociais que o retratam como aliado de Bolsonaro por meio de apelidos como "Cironaro" e "Bolsociro".>
As manifestações ganharam força desde o mais recente debate entre candidatos à presidência. Nos estúdios do SBT, durante o intervalo, Ciro e Bolsonaro foram flagrados conversando ao pé do ouvido.>
Ciro nega a possibilidade de apoiar Bolsonaro e repete que está entre os políticos que pediram o impeachment do presidente.>
Outro trecho da carta lida por Ciro diz que "o Brasil está na iminência de sofrer a maior fraude eleitoral da nossa história".>
A declaração, porém, não faz coro aos ataques do presidente Bolsonaro à legitimidade das urnas eletrônicas. "A fraude do estelionato eleitoral que sofrerão as vítimas que apertarem, nas urnas invioláveis, o 13 ou o 22", disse.>
No decorrer do manifesto, Ciro voltou a repetir temas de sua campanha, como a proposta de um novo modelo econômico e o argumento de que Bolsonaro foi eleito como uma reação da população aos escândalos de corrupção atribuídos pela Justiça às gestões petistas.>
Ao fim da leitura da carta, militantes do PDT que estavam presentes trocaram o grito de guerra da campanha para "Ciro não desiste, Brasil resiste".>
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