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'Não há a menor possibilidade de volta da ditadura', diz Jungmann

"Não há a menor possibilidade de volta da ditadura", diz Jungmann

Ministro defendeu o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas e pregou serenidade

Publicado em 4 de abril de 2018 às 20:11

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Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, descartou, na tarde desta quarta-feira (4), a chance de um novo golpe militar no país. Segundo ele, as declarações do general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, postadas na última terça-feira (3) em uma rede social, "representam a defesa da institucionalidade e da Constituição". Antes de assumir o atual cargo, Jungmann comandou o Ministério da Defesa, ao qual estão subordinadas as Forças Armadas, entre maio de 2016 e fevereiro deste ano.

As declarações foram dadas no Rio de Janeiro, durante evento com a participação do general Walter Souza Braga Netto, interventor federal na segurança pública do Rio. Questionado por jornalistas sobre a possibilidade de militares tomarem o poder e instituírem uma nova ditadura caso o Supremo Tribunal Federal (STF) conceda, na tarde desta quarta-feira (4), habeas corpus ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Jungmann tratou de descartar essa possibilidade.

"De zero a dez, a chance (de a ditadura voltar) é menos um. Não há a menor possibilidade. As Forças Armadas são um ativo democrático no Brasil hoje. O comportamento das Forças Armadas tem sido impecável em termos de institucionalidade e constitucionalização. Digo isso na qualidade de quem foi ministro da Defesa por praticamente dois anos e conviveu com todos os militares", afirmou o ministro.

Jungmann saiu em defesa de Villas Bôas, centro de uma polêmica após afirmar, na noite desta terça-feira, "que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição". Para o ministro da Segurança Pública, a declaração foi em defesa das instituições democráticas.

"As palavras do general Villas Bôas representam a defesa da institucionalidade da Constituição e a noção de que a regra do jogo tem que ser aceita e cumprida. Quando ele lembrou que o Exército brasileiro está atento ao seu papel institucional, o papel institucional das Forças Armadas está definido na constituição. O ponto de vista dele é de serenidade. De que este momento que o país vive a gente há de passar, de acordo com a constituição e a legalidade", avaliou.

"COMANDANTE TEM O RESPALDO PARA FALAR"

Jungmann ainda defendeu a prerrogativa de Eduardo Villas Bôas dar declarações públicas sobre questões políticas em nome do Exército. O ministro crê que "é correto e é bom ele falar" em nome da serenidade.

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"Acho que o comandante tem o respaldo para falar em termos da força. E, se ele fala em nome da serenidade e do respeito às regras, eu acho que é correto e é bom ele falar. Para que esse clima de polarização e radicalização que, evidentemente, preocupa todos nós, possa ser resolvido institucionalmente. Fora da Constituição e do jogo democrático não há caminho no Brasil. Nenhuma força política, à exceção daquelas que são absolutamente minoritárias, propõe o retorno ao passado. Ninguém quer isso e isso não tem o menor curso no Brasil, eu posso garantir", concluiu.

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