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Motorista de Marielle estava desempregado e trabalhava fazendo bico

Motorista de Marielle estava desempregado e trabalhava fazendo bico

Anderson Pedro Gomes era casado e tinha um filho de 1 ano e 10 meses; cunhada diz que ele era "um excelente pai"

Publicado em 15 de março de 2018 às 16:20

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Anderson Pedro Gomes, motorista assassinado junto com a vereadora Marielle Franco. (Reprodução/Facebook (Agatha Arnaus))

O motorista Anderson Pedro Gomes, 39, estava desempregado e trabalhava fazendo bico quando foi assassinado dentro do carro onde estava a vereadora Marielle Franco (PSOL).

O velório de Gomes está marcado para às 13h na Câmara Municipal, pela entrada da rua Alcindo Guanabara. O enterro será às 16h no Cemitério de Inhaúma, na zona norte do Rio de Janeiro.

Gomes era casado com Ágatha Arnaus e tinha um filho, Arthur, de um ano e 10 meses. Julia Arnaus, irmã de Ágatha, lamentou o assassinato e disse que o motorista era "um excelente pai". "Ele era maravilhoso. Era demais. Bom pai, excelente pai", afirmou ela.

Julia usou as redes sociais para protestar contra o assassinato do motorista. "Mais uma vida ceifada, arrancada, assassinada, país de impunidade, país que um pai de família sai de manhã pra trabalhar e não volta", escreveu a cunhada. Segundo ela, o motorista era "um ser de luz amado por todos."

"Agora sobra a família, mais um filho que cresce sem pai, mais uma mãe que enterra seu filho, mais uma esposa que enterra seu marido", lamentou. "Descanse em paz grande homem! Homem de luz você é e sempre vai ser".

CRIME

A vereadora, 38, que era filiada ao PSOL, foi morta a tiros na noite de ontem dentro do carro em que seguia para casa. O ataque à Marielle ocorreu na Rua Joaquim Palhares, no centro do Rio. Ela voltava de um evento na Lapa, na mesma região, quando foi atingida. O motorista que dirigia o carro também morreu baleado.

O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) disse na noite desta quarta-feira (14) que o crime tem "características nítidas" de execução. Segundo o deputado, porém, nem parentes nem amigos tinham informações de que Marielle estivesse sofrendo ameaças.

"As características são muito nítidas de execução. Queremos isso apurado o mais rápido possível", disse Freixo ainda no local do crime. "É completamente inadmissível. Uma pessoa cheia de vida, cheia de gás, uma pessoa fundamental para o Rio de Janeiro, brutalmente assassinada. É um crime contra a democracia, contra todos nós, não podemos deixar que isso se naturalize", completou.

REUNIÃO EMERGENCIAL

Em uma reunião de emergência convocada na manhã desta quinta-feira (15) para discutir a questão da segurança no Rio de Janeiro, após o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), o presidente Michel Temer disse que determinou que o ministro da Segurança, Raul Jungmann, vá ao Rio acompanhar pessoalmente as investigações, "que queremos solucionar no menor prazo possível". Temer afirmou que o assassinato da vereadora e de seu motorista Anderson Gomes "é inaceitável, inadmissível, como todos os demais assassinatos que ocorreram no Rio". A fala do presidente foi divulgada há pouco nas redes sociais.

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Temer defendeu a intervenção federal feita no Rio de Janeiro, que completa um mês amanhã, e afirmou que a medida foi decretada "para acabar com banditismo desenfreado que se instalou por conta das organizações criminosas", declarou o presidente.

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