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Leite pede adiamento de prévias do PSDB e é atacado por Doria e Virgílio

Leite pede adiamento de prévias do PSDB e é atacado por Doria e Virgílio

Motivo alegado pelos representantes do governador gaúcho são as dúvidas em relação ao aplicativo de votação. Escolha do candidato está marcada para domingo (21)

Publicado em 16 de novembro de 2021 às 09:02

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As candidaturas do governador João Doria (SP) e do ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio nas prévias presidenciais do PSDB disseram que foram procuradas por representantes do governador Eduardo Leite (RS) para adiar o processo, marcado para o próximo domingo (21).

Os três disputam a indicação. Em nota conjunta, as campanhas de Doria e Virgílio consideram a proposta "imoral e inaceitável". "Adiar as prévias é cauísmo eleitoral", afirmou o texto.

Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, em evento do PSDB, em Vitória
Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, em evento do PSDB em Vitória. (Rodger Timm/Divulgação)

A Folha procurou Leite e sua campanha para comentar o caso, mas ainda não recebeu resposta. O motivo alegado pelos representantes do governador gaúcho, segundo os dois concorrentes, são as dúvidas em relação ao aplicativo de votação.

"A experiência adotada pelo PSDB oferece inúmeras alternativas confiáveis para a realização das eleições no prazo acordado", afirma a nota. "Eleições não se adiam, se realizam."

O aplicativo tem sido um ponto de discórdia no processo das prévias, e aliados do tucano paulista acreditam que ele é um cavalo de Tróia destinado justamente a melar o processo – algo que interessaria, na visão deles, o grupo que apoia Leite comandado pelo deputado Aécio Neves (MG).

Aécio já disse que o PSDB não deveria se preocupar tanto em ter candidato a presidente, e sim em formar aliança e garantir uma boa bancada no Congresso. Seus adversários veem nisso uma tentativa de rebaixar o perfil da sigla e de controlá-la.

O aplicativo tem problemas de confiabilidade, segundo um relatório da empresa de criptografia Kryptus que circula na cúpula tucana. Por outro lado, o presidente do partido, Bruno Araújo, diz que o processo é seguro e está em constante aperfeiçoamento.

A celeuma começou com a inconstância das regras. O grupo de Doria defendia o aluguel de urnas eletrônicas do Tribunal Superior Eleitoral, o que foi considerado muito caro pelo partido. Foi organizada uma estrutura para receber eleitores em Brasília, com passagem e hospedagem pagas, e só depois o aplicativo surgiu.

Ele foi desenvolvido por uma universidade gaúcha, o que aumentou as desconfianças dado que é o estado de Leite. Araújo nega qualquer problema e ressalta que a Kryptus e a Universidade de São Paulo participaram da avaliação do produto.

Nesta segunda acabou o prazo para o credenciamento para as prévias. Cerca de 30 mil tucanos, em quatro grupos com pesos diferentes, devem participar das prévias. O partido tem mais de 1 milhão de filiados.

Com a confusão acerca do adiamento proposto, há o risco de uma judicialização antecipada do processo, que é tudo o que Doria e Virgílio não querem. O time do paulista acredita que ele terá uma vantagem de 60% a 40% sobre Leite, figura não diferente da vendida pelos aliados do gaúcho.

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