Publicado em 10 de maio de 2021 às 19:40
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) afirmou em ofício enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) que a realização do Censo em 2021 deve considerar a necessidade de vacinação das equipes de campo pelo menos dois meses antes da coleta de dados. >
Essa é uma das dificuldades que o IBGE menciona em ofício ao STF caso a Corte confirme a decisão que obriga o órgão a fazer a pesquisa ainda neste ano.>
No mês passado, o ministro Marco Aurélio deferiu liminar para determinar à União e ao IBGE a adoção de medidas para fazer o Censo em 2021.>
O relator destacou que, ao deixar de fazer o estudo, o governo descumpriu o dever de organizar e manter os serviços de estatística e geografia de alcance nacional. A AGU (Advocacia-Geral da União) apresentou recurso ao STF contra a decisão.>
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O IBGE ficou sem recursos para a pesquisa neste ano. Originalmente, R$ 2 bilhões haviam sido reservados na proposta de Orçamento de 2021. O Congresso reduziu o valor para R$ 71 milhões e o texto sancionado pelo presidente apresentou o valor de R$ 53,2 milhões -inviabilizando a realização.>
Com a discussão do tema no STF, o IBGE apresentou três cenários possíveis de cronograma. O primeiro é de coleta de dados a partir de outubro de 2021. Nesse caso, a inscrição dos candidatos interessados a integrar a equipe precisaria ser reaberta ainda neste mês.>
O início da pesquisa neste ano jogaria a revisão para janeiro e fevereiro e geraria grandes chances de prejuízos, diz o IBGE, com prolongamento da operação de campo e aumento de custo. A falta de vacinação ainda geraria resistência de moradores para receber os pesquisadores e ainda geraria desistências na equipe.>
Diante dos riscos apontados pelo IBGE de fazer o Censo ainda em 2021, o órgão apresentou outros cenários e afirmou que adiar a operação para 2022 deve ser uma opção analisada.>
"Dados os aspectos negativos apontados no cenário de realização do Censo ainda em 2021, alternativas de realização da operação censitária em 2022 devem ser consideradas", afirma o texto.>
Nesse caso, os dados começariam a ser coletados em maio de 2022. Antes disso, os preparativos teriam que começar ainda em dezembro, mas o período de viagens e entraves orçamentários podem prejudicar a execução das atividades.>
Um terceiro cenário adiaria o início da coleta de dados para agosto de 2022, o que faria o Censo ser incluído no Orçamento do ano que vem. Isso, segundo o IBGE, não traz riscos -exceto o da demora nos resultados, que podem acabar sendo divulgados apenas no começo de 2023.>
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