Publicado em 14 de abril de 2020 às 16:23
O governo de São Paulo divulgou estimativa, nesta terça-feira, 14, de que já chega a 100 mil o número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus no Estado. Entre os casos confirmados, são 8.895 pessoas infectadas, chegando a um total de 608 mortes. A estimativa foi feita pelo secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, ao ser questionado sobre a subnotificação de caso.>
"Pelas próprias características da covid-19, no seu contingente total de casos confirmados, 20% irão para o atendimento hospitalar. São esses que estão testados aqui", disse o secretário, referindo-se ao total de testes que aguardam confirmação para a doença e que estão sendo feitos em uma rede de clínicas coordenadas pelo Instituto Butantan. O instituto tem uma fila de cerca de 20 mil testes, e está recebendo nesta terça uma carga de mais de 726 mil exames, vinda da Coreia do Sul, para tentar reduzi-la.>
"Então, se você for pensar em uma epidemia do ponto de vista global, são cinco vezes o que está internado, porque o índice de 20% internado faz parte da própria patologia." Germann continuou: "Se hoje nós temos 20 mil pessoas internadas, temos 100 mil acometidos da patologia. Porém, todos esses 80% não aparecem porque, primeiro de tudo, eles não apresentam sintomas, não apresentam necessidade de tratamento, muito menos de tratamento hospitalar.">
No momento, São Paulo tem 1.878 pessoas internadas por causa da covid-19, metade delas em UTIs, segundo o secretário Germann. >
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O presidente do Butantan, Dimas Covas, destacou que esse total de casos confirmados se dá como resultado do isolamento social praticado há duas semanas, quando a crise começou. Mas que esse número poderá crescer dentro das próximas duas semanas, caso o isolamento seja relaxado. Esses 80 mil possíveis infectados, se não permanecerem em casa, poderão fazer com que a doença continue se espalhando. >
"A subnotificação existe e vai existir em todos os países do mundo", afirmou Covas, ao destacar que os exames mostram "o retrovisor", trazendo à luz o total de pessoas que se infectaram, adoeceram e foram testadas. "Precisamos adiantar os testes para ter uma visão da realidade", disse, ao apontar, por outro lado, que é importante acompanhar as projeções da evolução da doença, sendo que elas é que podem indicar que medidas precisam ser adotadas para evitar o colapso do sistema de saúde.>
Até o fim do mês, outros 500 mil exames vindos da Coreia do Sul devem chegar ao Butantan.
Estado estima queda de R$ 10 bilhões na arrecadação
>Na entrevista coletiva, conduzida pelo governador João Doria (PSDB), o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) apresentou dados sobre a situação fiscal do Estado diante da epidemia. A queda na arrecadação de impostos deve chegar a R$ 10 bilhões, segundo números apresentados por Garcia, nos próximos três meses. O principal tributo, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), deve comprometer também a receita de municípios.>
Doria editou dois decretos estaduais hoje, restringindo pagamentos de décimo terceiro antecipado e férias de servidores, e proibindo novos contratos em setores não relacionados à doença. Essas ações, somadas a outras medidas já adotadas, como a suspensão do pagamento da dívida estadual com a União, devem resultar em uma economia de pouco mais de R$ 8 bilhões neste ano.>
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