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General comandará a intervenção federal no Rio

General comandará a intervenção federal no Rio

Durante palestra em agosto, Braga Netto disse que vê "com reservas" uso das tropas, mas destacou que Forças estão prontas para agir em emergências

Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 16:39

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O general Walter Souza Braga Netto, que comandará a intervenção federal no Rio . (Reprodução/CML)

Após o anúncio da intervenção federal na Segurança Pública do Rio — a decisão foi anunciada nesta madrugada e o decreto deverá ser assinado ainda nesta sexta-feira — as polícias Civil e Militar, além dos Bombeiros, ficarão sob o guarda-chuva do Comando Militar do Leste (CML), liderado pelo general Walter Souza Braga Netto. Caberá a ele, portanto, a tomada de decisões e a realização de medidas para combater o crime organizado no estado. Braga Netto assumiu o CML em setembro de 2016, depois que o general Fernando Azevedo e Silva deixou o posto e assumiu o Estado-Maior.

O comando do CML foi assumido por Braga Netto pouco tempo depois da Olimpíada do Rio, quando atuou como Coordenador Geral da Assessoria Especial para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. À época de sua posse, sua atuação foi elogiada pelo Ministro da Defesa Raul Jungmann.

Natural de Belo Horizonte, em Minas Gerais, o general, ao longo de sua carreira, comandou o 1º Regimento de Carros de Combate e foi chefe do Estado-Maior da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada e do Comando Militar do Oeste. Além disso, também comandou a 1ª Região Militar (Região Marechal Hermes da Fonseca). Braga Netto, segundo informações publicadas no Portal do Ministério da Defesa, possui 23 condecorações nacionais e quatro estrangeiras.

Além da atuação no Rio de Janeiro, o general integrou a ação que envolveu as Forças Armadas na crise da segurança no Espírito Santo, em fevereiro de 2017. Na ocasião, foi realizado um reforço na segurança em municípios do estado devido ao aumento da violência, batizada de "Operação Capixaba". O emprego das Forças Armadas naquela época foi uma resposta à paralisação da PM no estado. Reivindicado melhores condições de trabalho, parentes de policiais militares acamparam em frente aos batalhões, "impedindo" a saída dos agentes de segurança.

GENERAL VÊ OPERAÇÃO FEDERAL 'COM RESERVAS'

Em 28 de agosto, ao ministrar palestra no Centro Cultural Justiça Federal (CCJF), no Centro do Rio, Braga Netto traçou um panorama do emprego das tropas nas Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e citou os exemplos da atuação no Rio e no Espírito Santo. O general ressaltou que vê "com reservas" esse uso das tropas, mas destacou que as Forças estão prontas para cumprir o dever em casos de emergências.

Na visão de Braga Netto, tais operações têm alto custo financeiro, social, de imagem e até psicológico. O general frisou que o uso das Forças Armadas não seria necessário se os estados tivessem políticas de segurança pública e social mais eficientes. Ele apresentou estatísticas dos órgãos de segurança estaduais que sustentavam — na análise de ações federais e conjuntas — resultados considerados bons em prisões de suspeitos, apreensão de armas e queda da criminalidade em médio prazo.

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O Comando Militar do Leste coordena e executa as atividades administrativas e logísticas do Exército Brasileiro no Rio, em Minas Gerais e no Espírito Santo. São 141 organizações que somam 50 mil militares, o que correspondia, em agosto, a 24% do efetivo da força terrestre. Segundo dados do Ministério da Defesa, citados pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), tratava-se da maior concentração de tropas e escolas militares da América Latina.

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