Publicado em 3 de maio de 2018 às 23:59
A filha do presidente, Maristela Temer, disse à Polícia Federal nesta quinta-feira (3), que recebeu uma ajuda de camaradagem, quase familiar do coronel João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo de seu pai há muitos anos. Ela afirmou que foi a responsável pela obra e, para isso, recebeu ajuda financeira da mãe e também tomou empéstimo bancário.>
Maristela depôs por cerca de quatro horas no inquérito da Operação Skala, que investiga o decreto dos Portos editado pelo presidente Michel Temer e um suposto esquema de propinas para o emedebista que teria sido operacionalizado pelo coronel Lima, dono da empresa Argeplan.>
O depoimento de Maristela foi tomado em uma sala da Delegacia da PF no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Ela não foi indiciada pela PF. O delegado Cleyber Malta tomou o depoimento da filha de Temer na condição de testemunha.>
A suspeita da PF é que despesas com a reforma da casa de Maristela teriam sido quitadas com valores em espécie supostamente oriundos de propinas arrecadadas pelo coronel Lima.>
>
Maristela fez um relato detalhado sobre esse episódio. Respondeu a todas as perguntas do delegado. Afirmou que foi a responsável pelo pagamento da reforma. Alegou que tinha, e sempre teve, uma preocupação muito grande com o custo da obra. Sabia exatamente até onde podia caminhar com as próprias pernas para bancar o empreendimento.>
A filha do presidente contou que se valeu da ajuda da mãe, Maria Célia, no custo da reforma. Também fez um empréstimo bancário, por volta de 2013 e 2014, mas não se recorda especificamente se era para quitar uma despesa determinada da obra. Tomou o empréstimo por conta do gasto extraordinário da obra.>
Disse que a reforma não significava muito para ela. Relatou que vendeu a casa em que morava anteriormente e comprou um imóvel mais barato, tanto que até ficou com uma gordura para fazer frente às despesas com a reforma.>
Maristela contou que seu objetivo era alugar a casa, dar um tapa na casa para poder alugar, porque estava de mudança para Ibiúna (Grande São Paulo). Ela contou ao delegado que se separou e queria dar à filha uma oportunidade de vida diferente.>
Ela e a filha moraram dois anos em um sítio, mas acabaram voltando a São Paulo, em 2013. Aí continuou tocando a obra de reforma que durou todo esse tempo, arrastada, porque dependia de sua própria saúde financeira.>
Maristela afirmou que não teve nenhum tipo de ajuda por parte do pai ou de ajuda externa.>
A ajuda que o coronel Lima e a mulher (arquiteta Maria Rita Fratezi) deram foi uma ajuda de camaradagem, quase que familiar.>
Ela narrou que conhece o oficial desde muito pequena, porque ele é amigo de seu pai há 40, 50 anos.>
Segundo Maristela, o coronel e a mulher fizeram orçamentos iniciais, cotação de preço com algumas empresas, para fazer a obra. Mas ela própria acabou rechaçando porque, segundo explicou, eram valores que quase se igualavam ao preço que ela havia pago pela casa.>
Ao final, Maristela reiterou ao delegado que está à disposição da Polícia Federal para novos esclarecimentos.>
COM A PALAVRA, A DEFESA>
O advogado Fernando Castelo Branco, que representa Maristela Temer, disse que a filha do presidente ficou muito aliviada com o depoimento dado à Polícia Federal.>
Depois de tanto tempo, tanta execração, violação da intimidade não só dela, como da própria filha, Maristela ficou mesmo aliviada por ter falado a quem deveria ouví-la, disse Castelo Branco.>
O advogado não revelou detalhes do depoimento de Maristela, mas afirmou. Ela foi a responsável pela obra.>
Foi um depoimento muito bom, esclarecedor, muito detalhado, creio que o delegado ficou satisfeito, avalia Castelo Branco. Ela contou toda a história dessa fatídica reforma que se converteu em uma lenda. Foi muito clara, muito pontual. Importante destacar que Maristela foi ouvida como testemunha.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta